Onde a religião e a política se misturam reina a perversidade.
Não precisa recapitular fases históricas. Basta observar o Oriente Médio e olhar o que deve vir por aí, nesse futuro governo dominado por evangélicos e militares.
Uma das últimas ameaças vem da futura ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, aquela que já disse ter visto Jesus ‘atrepado’ num pé de goiaba. Ela quer instituir a tal da “bolsa-estupro”.
Isso, uma espécie de pensão para mulheres violadas que optem por não abortar depois de terem sofrido um dos mais perversos atos de violência contra um ser humano – tanto no aspecto físico quanto no psicológico.
Trata-se de um projeto relatado por outro “enviado de Deus”: o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele hoje está preso em Curitiba por vários malfeitos.
“Gravidez é um problema que só dura 9 meses, e aborto é para toda a vida”, disse a pastora-ministra, ao justificar seus posicionamentos. Esqueceu-se que a gravidez dura até nove meses. A maternidade, não. Deve ser fácil ser estuprada e conviver com o “presente de Deus” por toda a vida. Não desejo isso para ela.
A guerrilha moral, que além de ser cruel e desumana, desvia a atenção da sociedade das safadezas do poder, está apenas por começar.
Que Deus, se existir, tenha piedade das mulheres brasileiras. E de todos os humanos, também.