13 de dezembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Advogado indicado por Arthur Lira para a Caixa já foi condenado por improbidade

O advogado foi processado pelo Ministério Público por práticas de irregularidades nas cobranças de taxas de escrituras e procurações em cartório

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) indicou para um cargo no alto escalão da Caixa Econômica Federal, o advogado Luiz Maurício Carvalho, que já cumpriu pena por improbidade administrativa, após condenação no Tribunal der Justiça de Sergipe.

O advogado foi condenado em 2016. ano em que era titular do Cartório do 2º Ofício da Comarca de Neópolis (SE). Somente em setembro deste ano, às vésperas de assumir uma vaga de consultor da presidência da Caixa, Carvalho pagou a multa aplicada como uma das penalidades, no valor de R$ 97,7 mil, e teve o nome retirado do Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por Ato de Improbidade Administrativa (CNIA).

O pagamento concluiu as sanções impostas no caso, conforme decisão publicada no Diário de Justiça de Sergipe, em 2 de setembro. No entanto, o nome de Maurício Carvalho, ainda consta no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis), que tem a relação não só de empresas, mas também de pessoas físicas, impedidas de fazer negócios com a administração pública.

A Agência Pública apurou que Maurício Carvalho foi acusado pelo Ministério Público do Estado de Sergipe, em 2012, de irregularidades quanto à arrecadação das taxas para emissão de escrituras e procurações. Segundo a promotoria, ele recolhia o valor dos usuários do cartório, mas não emitia a respectiva guia pelo Sistema de Arrecadação do TJSE. A dívida chegou a R$ 35,7 mil.

Ele alegou em sua defesa à época que “deixou de recolher os valores, de natureza tributária, por dificuldades financeiras e que tentou efetuar o pagamento do débito com o TJSE, porém encontrou resistência do tribunal em receber o valor”, de acordo com informações do processo.

Em dezembro de 2019, quando atuava como assessor jurídico da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), também por indicação de Lira, o advogado recorreu das penalidades aplicadas na condenação em primeira instância.