A Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que enviou à Justiça Federal de São Paulo, nesta quinta (30) um relatório médico do dia 18 de março deste ano, afirmando que o presidente Jair Bolsonaro testou negativo para o novo coronavírus. No dia 13 de Março, ele comemorou no Twitter o dito resultado assim:
– HFA/SABIN atestam negativo para o COVID-19 o Sr. Pres. da República Jair Bolsonaro. pic.twitter.com/iL3YPGPGXA
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 13, 2020
Apesar disso, a AGU, no entanto, não encaminhou os laudos dos testes feitos pelo líder do Executivo, conforme ordenado pela Justiça.
O Estado de S. Paulo havia conseguido o direito de obter os exames feitos pelo presidente, mas com o prazo encerrado hoje, Bolsonaro declarou que vai se sentir “violentado” caso seja obrigado por via judicial a dar publicidade ao laudo. Ele chegou inclusive a dizer que a sua palavra vale mais do que um papel.
“Tem uma lei que garante a intimidade, e a lei vale para todo mundo. A AGU deve ter recorrido e, se nós perdemos o recurso, aí vai ser apresentado. Aí, vou me sentir violentado. A lei vale do cidadão mais humilde até o presidente”. Jair Bolsonaro, presidente.
Diversas autoridades, ao confirmarem um resultado positivo ou negativo, publicam a um print do exame. O presidente, no entanto, não explica como seria diferente de todas as outras vezes em que ele fez questão de exibir o abdome, após ser esfaqueado durante as eleições de 2018.
Contágio
O presidente viajou aos Estados Unidos no início de março para cumprir agenda oficial. À época, o vírus começava a se alastrar com mais velocidade na Europa e nas Américas do Norte e do Sul. No retorno da comitiva presidencial, descobriu-se que mais de 20 pessoas que estavam junto ao presidente haviam contraído a doença.
Pesa contra o presidente a possibilidade dele ter se infectado, mentido sobre o resultado do teste e, mesmo com covid-19, se aproximar de protestastes e ser um dos propagadores do novo coronavírus.