O nome oficial do Maracanã, Estádio Jornalista Mário Filho, será trocado para Estádio Edson Arantes do Nascimento – Rei Pelé. A troca foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) nesta terça-feira (9) e causou protesto da família de Mário Filho.
O projeto, que ainda irá à sanção do governador em exercício Cláudio Castro, dará o nome de Mário Filho, jornalista que idealizou a campanha para a construção do Maracanã, ao complexo esportivo, que engloba ainda o Ginásio Maracanãzinho e o Estádio de Atletismo Célio de Barros.
“A utilização de nomes de pessoas vivas nos bens pertencentes ao patrimônio público tem sido uma preocupação da sociedade para zelar pelo que é de todos e impedir a privatização do patrimônio público. Mas, nesse caso, essa é uma justa homenagem a uma pessoa reconhecida mundialmente pelo seu legado no futebol brasileiro e pela prestação de relevantes serviços ao nosso país”. André Ceciliano (PT), presidente da Alerj, deputado.
Ceciliano é um dos autores do projeto, juntamente com os deputados Bebeto (Pode), Marcio Pacheco (PSC), Eurico Junior (PV), Carlos Minc (PSB), Coronel Salema (PSD) e Alexandre Knoploch (PSL).
Família
O neto de Mário Filho, também jornalista Mário Neto, protestou contra a troca. “Lamentável essa atitude. Uma barbaridade. Tiraram com uma canetada. Eu não vou brigar com quem não conhece Mário Filho, não conhece nada de esportes. Tô chateado, mas não vou levar à frente”, disse o jornalista.
Mário Leite Rodrigues Filho nasceu no Recife, em 3 de junho de 1908, e morreu no Rio de Janeiro, em 17 de setembro de 1966. Irmão do dramaturgo e escritor Nélson Rodrigues, Mário Filho atuou no Jornal dos Sports, de sua propriedade, onde coordenou a campanha pela construção do Maracanã.
No final dos anos 40, Mário lutou pela imprensa contra o então vereador Carlos Lacerda, que desejava a construção de um estádio municipal em Jacarepaguá para a realização da Copa do Mundo de 1950.
Mário conseguiu convencer a opinião pública carioca de que o melhor lugar para o novo estádio seria no terreno do antigo Derby Club, no bairro do Maracanã, e que o estádio deveria ser o maior do mundo, com capacidade para mais de 150 mil espectadores.
Maceió
Inaugurado em 25 de outubro de 1970, o Estádio Rei Pelé, localizado na cidade de Maceió, pode deixar de ser o único estádio de futebol no Brasil a homenagear em nome o rei do Futebol.
Diante da pouca identificação do Rei Pelé, popularmente conhecido como Trapichão (ele está localizado no bairro Trapiche da Barra), o palco dos alagoanos CRB e CSA também já teve seu nome visado na Assembleia local.
Em 2019, o plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas, aprovou o projeto de autoria do deputado Antonio Albuquerque (PTB), que altera o nome do estádio Rei Pelé, situado no bairro do Trapiche, em Maceió, para Estádio Rainha Marta.
A matéria foi votada em segunda votação, porém, uma emenda apresentada pelo deputado Sílvio Camelo (PV), que transforma o nome do estádio em “Rei Pelé e Rainha Marta” foi adiada, devido a solicitação de Antonio Albuquerque.