Militares e civis aliados de Jair Bolsonaro (PL) que foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado já enxergam o ex-presidente como um traidor, diante da estratégia de defesa adotada por ele.
Segundo o jornalista Caio Junqueira, da CNN, os indiciados reclamaram a interlocutores que sempre estiveram ao lado de Bolsonaro em todos os instantes e demonstraram lealdade total, enquanto, neste momento, ele não faz o mesmo.
Entendem os militares e civis indiciados que, ao menos nos dias que se sucederam ao indiciamento, “tudo tem sido feito para livrar a cabeça de Bolsonaro” e que ele estaria “colocando o projeto político dele acima das amizades e da lealdade que militares e civis sempre demonstraram a ele”. Diz o jornalista que ouviu as fontes.
No lamento dos aliados eles destacam que Bolsonaro, ao deixar circular a versão de que a culpa é dos civis e militares que circundavam o poder no Palácio do Planalto, configura-se uma falta total de gratidão do ex-presidente aos que não o traíram ou abandonaram após a derrota para Lula.
Ainda de acordo com a CNN, a leitura geral no grupo dos indiciados, segundo relatos, é que a linha de defesa utilizada pelo ex-presidente fragiliza a situação de antigos aliados indiciados no inquérito como os generais Augusto Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio, o almirante Almir Garnier e os ex-assessores Marcelo Câmara e Filipe Martins.