29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Anitta faz alerta após ser diagnosticada com endometriose: dor na relação precisa ser investigada

Cantora já foi acusada de falta de higiene ou ter DSTs ao relatar que sofria com dores nas partes íntimas

Anitta foi diagnosticada com endometriose, doença caracterizada pelo aparecimento de pedaços de tecido na camada interna do útero.

A cantora já havia comentado sobre as dores que costuma sentir após ter relações sexuais, mas ainda não sabia o motivo do incômodo.

A revelação foi feita pela artista nesta quinta (7) por meio de posts no Twitter, com um alerta para seus seguidores sobre a enfermidade.

Ela relatou que, ao falar num podcast anos atrás que sofria de uma “cistite de lua de mel terrível”, foi acusada de fazer mal higiene ou ter doenças sexualmente transmissíveis. E que as dores que sentia seria por culpa dela.

“Quando li essas matérias [sobre minhas dores] pensei: ‘Esses senhores me examinaram, e eu não estou sabendo? Para estar escrevendo um artigo com meu nome sobre o meu problema de saúde? Estavam querendo dizer que eu não tenho higiene? (Logo eu a obcecada pelo cuidado com a minha larissinha)”, continuou a cantora.

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A artista, então, revelou que a internação de Mauro Machado, seu pai, foi um empurrão para que ela descobrisse o real motivo de suas dores pós-sexo:

“Fui ficar com meu pai no hospital aquela vez. Comentei com minha querida amiga anja Dra que comanda tudo lá que eu estava em tempo de morrer de dor. Ela fez meu milionésimo exame e pela milionésima vez: não tem bactéria. Nunca teve em nenhum dos exames. A doutora fez na mesma hora uma ressonância em mim e estava lá: endometriose. No dia seguinte ela me levou em um especialista em endometriose. Fizemos os outros exames necessários pra ter certeza e aí está”.

A cantora recomendou a pesquisem de artigos sérios no Google, pois este ainda seria um assunto meio ‘novo’, mas que um médico especialista nisso deve conseguir ajudar.

Tratamento

Há quatro anos equipe da Santa Casa de Maceió auxilia mulheres em Alagoas

O tratamento cirúrgico da endometriose profunda é indicado quando, mesmo com uso de medicação, a paciente não apresenta melhora dos sintomas, persistindo com dores incapacitantes que dificultam suas atividades diárias, como dor intensa durante o ato sexual, localização das lesões que podem comprometer outros órgãos, como iminência de obstrução intestinal e urinária, e, em casos de infertilidade, nos quais não se pode usar anticoncepcionais.

Hoje, Alagoas possui o Centro de Endometriose de Maceió (CEMA), um grupo multidisciplinar e multiprofissional especializado no tratamento da endometriose profunda, composto por ginecologistas, cirurgiões colorretais, urologistas e radiologistas especializados, aptos a discutir os casos complexos, realizando uma abordagem conjunta, visando a melhora da qualidade de vida das pacientes.

“O CEMA nos deixa muito orgulhosos, pois ao conversarmos com colegas de outros estados do Nordeste e grandes centros do Sul e Sudeste, vemos o quanto estamos no mesmo patamar na assistência da endometriose”, destacou cirurgião oncológico Claudemiro Neto.

De acordo com a literatura médica, a via minimamente invasiva (videolaparoscopia e a robótica) é a melhor porta de entrada na abordagem da endometriose intestinal, há maior riqueza de detalhes, menos dor no pós-operatório, diminuição do risco de aderência intestinal no futuro, alta precoce, menor taxa de sangramento, retorno às atividades cotidianas mais rápido, com menor impacto em sua produção.

A recuperação da cirurgia dependerá da extensão da doença e o limiar de dor de cada paciente. No entanto, na maioria dos casos, em aproximadamente 15 dias, as pacientes estão aptas para retornar às suas atividades diárias.

“Quando a paciente chega em nosso consultório, o primeiro estigma a ser quebrado é o da temida “bolsinha” (colostomia). É importante esclarecer que isso não é a regra, alguns estudos relatam complicações maiores e menores, em um risco variando entre 5% a 38% dos casos, respectivamente”, destacou o ginecologista Felipe Albuquerque.

Para o sucesso do procedimento, há a necessidade das pacientes estarem saudáveis e bem nutridas. Na Santa Casa de Maceió é realizado um preparo nutricional pré-operatório para otimizar a cicatrização e o adequado funcionamento intestinal no pós-operatório.