25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Anvisa não foi consultada sobre 3ª dose em adultos

Aplicação não poderá ser iniciada até que as fabricantes dos imunizantes enviem dados para a Agência

Foto: Sérgio Lima/Poder360

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu uma nota de esclarecimento na tarde de hoje após o anúncio do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de que todos os adultos poderão ser vacinados com a dose de reforço da vacina contra a covid-19 após cinco meses da aplicação da segunda dose.

Antes, a dose adicional estava liberada apenas para idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde. A agência informou que “não foi consultada sobre a ampliação da dose de reforço para todas as pessoas maiores de 18 anos”.

Ainda de acordo com a agência regulatória, responsável por aprovar as vacinas no país, a Pfizer foi a única empresa das vacinas utilizadas no Brasil que solicitou a mudança no esquema vacinal previsto na bula.

Portanto, a aplicação da dose de reforço ou adicional anunciada pela Saúde não poderá ser iniciada até que as fabricantes dos imunizantes enviem dados para a Agência e que a Anvisa aprove a aplicação da dose de reforço.

Apesar da explicação da Anvisa, mais cedo, Queiroga anunciou que as pessoas que iniciaram a vacinação com o imunizante da Janssen precisarão completar o ciclo vacinal com uma segunda dose do mesmo fabricante.

Janssen

A Anvisa também explicou que no que se refere à vacina da Janssen, que é de dose única, a fabricante prevê a “entrega dos estudos sobre a eficácia e segurança da dose reforço da sua vacina até a próxima semana”.

Assim como a Pfizer e demais imunizantes, somente se os dados forem aprovados juntos à Anvisa é que poderá ser administrada a segunda dose da Janssen no território nacional.

Em sua nota de esclarecimento, a agência citou a decisão da FDA (Food and Drug Administration), reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, que considerou a aplicação da segunda dose da Janssen como reforço “pelo menos 2 meses após a conclusão do regime primário de dose única em indivíduos com 18 anos de idade ou mais”.

A princípio, a vacina foi aplicada no Brasil como sendo dose única, mas segundo o ministro houve uma mudança no entendimento da comunidade científica após novos testes divulgados pela fabricante.