O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na manhã desta quinta-feira (30) que irá exonerar José Vicente Santini do cargo de assessor especial de relacionamento externo da Casa Civil.
Ele foi nomeado para o posto na quarta (29), um dia depois de ser demitido publicamente por Bolsonaro do cargo de secretário-executivo da pasta, após utilizar um avião da FAB para se deslocar para a Suíça e de lá para a Índia.
– Informo que em Diário Oficial será publicado:
– Tornar sem efeito a admissão do servidor Santini;
– Exonerar o interino da Casa Civil; e
– Passar a PPI da Casa Civil para o Ministério da Economia.— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 30, 2020
No anúncio da segunda exoneração de Santini, Bolsonaro afirma também que irá exonerar o secretário-executivo interino da Casa Civil, Fernando Wandscheer, responsável pela readmissão de Santini na pasta. Na nova vaga, Santini receberia quase R$ 17 mil, ou R$ 300 a menos que antes. Amigo dos filhos do presidente, os garotos de Bolsonaro defendiam que a demissão seria uma punição muito dura.
Além disso, a Secretaria de Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) irá da Casa Civil para o Ministério da Economia. Além de reduzir poder do ministro Onyx Lorenzoni, que já não tem mais a articulação política, Paulo Guedes (Economia) passará a ter controle sobre o programa de incentivo a concessões e privatizações.
Avião da FAB
Seis ministros do governo do presidente Jair Bolsonaro utilizaram voos exclusivos da FAB (Força Aérea Brasileira) com poucos acompanhantes para cumprir agendas no exterior.
Foram 12 missões ao exterior solicitadas para uso exclusivo do ministro para “viagens a serviço”. Em todas, não mais do que cinco passageiros foram a bordo.Com cinco missões, Ernesto Araújo (Relações Exteriores) foi o que mais solicitou aeronave dentro dessas condições.
O ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) utilizou os serviços da FAB em três oportunidades fora do Brasil. Na lista de ministros estão ainda Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Paulo Guedes (Economia). Cada um fez um voo.
Assessor do ministro da Casa Civil Ônyx Lorenzoni, Santini assumia a pasta de forma interina durante as férias de Lorenzoni, mas foi afastado por Bolsonaro após este usar o avião da FAB em duas oportunidades. Diferentemente dos ministros que, desta vez, foram em voos comerciais a pagando dos próprios bolso.
Isso irritou Bolsonaro, dizendo que a atitude seria inadmissível.