Em depoimento prestado à Polícia Federal, Mauro Cid, o ajudante do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelou detalhes, até então sigilosos, sobre as reuniões do golpe de Estado entre o ex-presidente, seu ex-assessor Felipe Martins e um jurista, na qual foi discutida a possibilidade de uma intervenção no Supremo Tribunal Federal e a convocação de novas eleições, após a derrota em 20233, e a prisão do ministro Alexandre de Moraes, que então era o presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
No depoimento, Mauro Cid deixou claro que o texto foi preparado por um grupo de “radicais” e apresentado ao ex-presidente em novembro de 2022 no Palácio da Alvorada.
O grupo defendia a prisão de ministros do STF, como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e a destituição de autoridades que se opunham ideologicamente a Bolsonaro, incluindo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Bolsonaro fez a leitura do documento em reunião em palácio e logo teve a adesão do almirante Garnier, comandante da Marinha. Na oportunidade, de acordo com Cid, ele declarou que a Marinha estava pronta para agir.
No entanto, os comandantes do Exército e da Aeronáutica se negaram a aderir à ideia, o que teria frustrado a tentativa de golpe de Estado. O caso veio à tona, após o ministro Moraes retirar o sigilo dos depoimentos de Mauro Cid na PF.