24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Após dizer que bateria em gays, Gilberto Barros clama ser “pessoa de bem” e se sente perseguido

Processado no MP, apresentador pediu apoio dos seguidores e defesa dos amigos, afirmando que ‘o bicho vai pegar’ e que “o que faz não é pra ele”

O apresentador Gilberto Barros, o Leão, foi denunciado junto ao MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) por homofobia. Enquanto entrevistava Sonia Abrão em seu programa na internet, o TVLeãoPlay, ele disse que agrediria dois homens que se beijassem na sua frente:

“Eu tinha que acordar às 2h30, 2h, e ainda presenciar, onde eu guardava o carro na garagem, beijo de língua de dois ‘bigode’, porque tinha uma boate gay ali na frente. Não tenho nada contra, mas também não minto eu sou gente. Naquela época ainda, chegando do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz”. Gilberto Barros.

Após a polêmica, óbvio, ele recebeu questionável apoio pela declaração nas redes sociais, mas se silenciou sobre o assunto. Entretanto, o apresentador pediu apoio de seus seguidores porque “o bicho vai pegar”.

“Fiquem espertos e me apoiem, me ajudem, porque eu faço isso aqui não é para mim não. Eu faço isso aqui para justamente combater o que estaria acontecendo com as pessoas de bem desse país, sendo policiadas, perseguidas, mas como é comigo eu não vou reclamar. Eu só espero e sempre esperei que, como eu defendo os amigos, meus amigos também, sabendo quem sou eu, estejam do meu lado, porque o bicho vai pegar”. Gilberto Barros.

A denúncia contra Gilberto Barros é de autoria do jornalista e ativista LGBT William De Lucca, pré-candidato a vereador de São Paulo pelo PT, com base na lei estadual 10.948, sancionada em 2001 e que pune a prática de discriminação em razão da orientação sexual e identidade de gênero.

Veja o momento da declaração:

Yu Gi Ho

Em 2003 Leão comandava um programa na TV Bandeirantes chamado Boa Noite Brasil, quando em um dos momentos mais infames e estúpidos da história da televisão, acusou os cards de Yu-Gi-Oh de serem o “baralho do diabo”, chegando até mesmo a especular que teriam ligação com a máfia japonesa.

Durante a semana em que atacou os card games na TV Bandeirantes, o apresentador Gilberto Barros teve como principais fontes pastores evangélicos, que repercutiram a acusação de que o jogo seria o “baralho do demônio”, e políticos conservadores.