28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Corrupção

Após ser preso pela PF, pastor Arilton Moura ameaçou destruir “todo mundo”

Pastor que foi recebido várias vezes no Planalto por Jair Bolsonaro é um dos líderes da Organização Criminosa no MEC

Central de propinas do MEC operava com dinheiro e até com barras de ouro.

Após ser preso na Operação Acesso Pago, o pastor Arilton Moura, investigado no esquema de corrupção que instalou a central de negócios e propinas dentro do MEC, ameaçou “destruir todo mundo” se a filha dele for arrastada para o caso.

“Se der qualquer problema com a minha menininha, eu vou destruir todo mundo”, afirmou Moura em conversa com a advogada após ter sido detido.

O pastor Arilton Moura foi autorizado a cobrar propinas de prefeitos em troca de liberação de verbas do Ministério da Educação e do FNDE, que tem mais de R$ 60 bilhões no orçamento. De acordo com as denúncias, houve propinas em cobradas em barras de ouro.

Filha envolvida

A filha, Victoria Camacy Amorim Correia Bartolomeu, teve o sigilo bancário quebrado por ordem judicial. Ela aparece como compradora de um carro registrado no nome da mulher do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, por R$ 50 mil. A Polícia Federal (PF) investiga se a negociação foi simulada para ocultar o pagamento de propinas.

Diante da declaração do pastor, o delegado federal Bruno Calandrini, responsável pela investigação, disse que Arilton Moura “possivelmente possui informações sobre os crimes aqui investigados, motivo pelo o qual faz essa ‘ameaça’”.

Arilton Moura é o mesmo que, segundo um empresário ouvido pela Controladoria-Geral da União (CGU), pediu R$ 100 mil para levar um evento do Ministério da Educação para Piracicaba (SP). O valor seria um “auxílio a obras missionárias” de uma igreja ligada ao religioso.