25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Aras pede no STF suspensão de MP de Bolsonaro que dificulta combate a fake news

PGR afirma que as alterações “repentinas” no Marco Civil da Internet geram “insegurança jurídica” para as empresas e provedores envolvidos.

O PGR (Procuradoria Geral da República) Augusto Aras

A PGR (Procuradoria-Geral da República) emitiu parecer em que pede ao STF (Supremo Tribunal Federal) a suspensão da MP (medida provisória) que altera o Marco Civil da Internet, editada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 6 de setembro, na véspera dos atos de cunho golpista marcados para o feriado da Independência (7 de setembro).

A MP de Bolsonaro cria dificuldades para a remoção de fake news na web a impõe uma série de restrições a provedores como Facebook, Twitter, Instagram, YouTube e outros. Essa é uma pauta cara aos interesses do presidente, que tem reclamado constantemente de decisões judiciais tomadas com o intuito de impor limites a prática de crimes nas redes sociais.

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No documento, o procurador Augusto Aras diz considerar que a MP “dificulta a ação de barreiras que evitem situações” de potencial criminoso, como disseminação de conteúdos falsos e/ou retirados de contexto, calúnias e difamações, apologias, entre outros possíveis delitos.

Aras também afirma que as alterações “repentinas” no Marco Civil da Internet, com “prazo exíguo para adaptação” e “previsão de imediata responsabilização pelo descumprimento de seus termos”, geram “insegurança jurídica” para as empresas e provedores envolvidos.

Além de defender a suspensão dos efeitos da MP, o procurador-geral se diz favorável a uma discussão mais ampla em relação ao tema, tanto no âmbito do Supremo quanto no do Parlamento.