20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Arthur do Val é cassado e fica inelegível por 8 anos

Ex-parlamentar passou a enfrentar o pedido de cassação após vazamento de áudios com comentários sexistas sobre as mulheres ucranianas

O plenário da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) decidiu pela cassação do mandato do ex-deputado estadual e integrante do MBL (Movimento Brasil Livre) Arthur do Val.

Com isso, o político conhecido como Mamãe Falei fica inelegível por oito anos. A votação terminou com 73 votos a favor da cassação, nenhum contra, e zero abstenções.

Do Val renunciou ao mandato em abril, no que foi visto por opositores como uma manobra para tentar evitar a continuidade do processo. O ex-parlamentar passou a enfrentar o pedido de cassação após vazamento de áudios com comentários sexistas sobre as mulheres ucranianas.

Antes de abrir mão do cargo, o então deputado estadual chegou a admitir a possibilidade de ser cassado, mas garantiu que iria “cair atirando”. A declaração ocorreu durante entrevista ao canal “Inteligência Ltda”, no YouTube.

Arthur do Val chegou a pedir judicialmente ao Conselho de Ética, no dia 5, que fosse realizada uma perícia nos áudios vazados – para identificar se houve edição ou alteração -, mas a solicitação foi negada.

Além do próprio parlamentar, a sua ex-namorada Giulia Blagitz prestou depoimento ao conselho e confirmou que os áudios eram de Mamãe Falei.

Outro lado

Após a sessão, a defesa de Arthur disse que a decisão “deixa claro que foi promovida uma perseguição” contra o ex-parlamentar, e que o motivo principal seria “retirá-lo da disputa eleitoral deste ano”.

Em nota enviada pela assessoria do político há também um argumento de que a punição foi desproporcional “já que a mesma Casa foi branda em relação a casos muito mais graves, como o do parlamentar Fernando Cury, que apalpou os seios de uma deputada e foi suspenso por apenas seis meses”.

Integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), Arthur do Val, o Mamãe Falei, foi o segundo deputado estadual mais votado em 2018, com 478.280 votos. Na época, ele era filiado ao DEM (atual União Brasil).

Por desacordos com a sigla, migrou para o Patriota e se candidatou a prefeito de São Paulo em 2020, não sendo eleito. Ele ainda chegou a se filiar ao Podemos neste ano, mas deixou o partido logo após o escândalo.