29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Arthur Lira diz que Congresso vai rever cortes no Orçamento feitos por Bolsonaro

Presidente da Câmara se aliou ao ministro Rogério Marinho para reajustar o orçamento

Arthur Lira promete reajustar orçamento da União, após cortes feitos pelo governo

A ala política do governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se alinharam em relação à necessidade de reverter alguns dos cortes feitos em verbas de ministérios, especialmente na pasta de Desenvolvimento Regional, comandado por Rogério Marinho, e no de Meio Ambiente, de Ricardo Salles.

Para resolver um impasse em torno do Orçamento de 2021, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou cerca de R$ 20 bilhões em despesas e bloqueou outros R$ 9 bilhões de gastos, que só serão liberados se houver dinheiro ao longo do ano

Isso acabou afetando algumas obras e outras áreas que desagradaram à ala política do governo.

Em entrevista ao canal da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) nesta sexta (30), Lira afirmou que, na próxima terça-feira (4), o Congresso Nacional deve votar um projeto para ajuste do Orçamento, que, segundo ele, sofreu cortes que foram inadequados.

O presidente da Câmara citou especificamente a tesourada no programa Minha Casa Minha Vida, em pesquisa de vacina contra a Covid-19, no Censo de 2021, na agricultura e serviços essenciais. “Nós, da Câmara, demonstramos à parte técnica do governo que poderíamos fazer diversos ajustes porque o Orçamento é uma peça autorizativa, de modo que deixasse esses setores que são primordiais, essenciais para o Brasil, tanto o setor produtivo, como esses assuntos, como casa própria, construção pela metade, isso não existe no Brasil do século 21”, disse.

Lira disse que conversaria no fim de semana com ministros das áreas afetadas e com o relator do projeto no Congresso e afirmou que o Orçamento será ajustado para não prejudicar os setores. Na pasta de Marinho, os vetos podem paralisar já em maio 250 mil obras do faixa 1 do Minha Casa, que atende a renda mais baixa.

O programa tinha cerca de R$ 2,1 bilhões para o ano, segundo o Orçamento aprovado pelo Congresso, e ficou com pouco mais de R$ 100 milhões. Além de obras de habitação, os cortes na pasta podem interromper ações de prevenção de desastres naturais, com obras de contenção de encostas, e contra cheias e inundações.

Na área de mobilidade, devem ser afetadas as obras de metrô em Fortaleza, São Paulo e Salvador. Outros 200 empreendimentos de saneamento também devem parar até o fim do ano se o Ministério do Desenvolvimento Regional não receber mais dinheiro.