28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Arthur Lira diz que grupo de Baleia Rossi é “centrão gourmet”

Bloco do candidato de Maia pode somar 281 deputados contra 214 do grupo do deputado alagoano, aliado de Bolsonaro

Já se sentindo pressionado com a força de Baleia Rossi (MDB-SP), candidato do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para as eleições do Congresso, o candidato do presidente Jair Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL), passa a fazer suas críticas mais incisivas.

Em artigo publicado na edição deste domingo (3) do jornal O Globo, Lira citou dados do Radar do Congresso para apontar os partidos que mais votaram favoráveis ao governo federal.

“Centrão ou centro gourmet, pergunto-me onde está a diferença. Despir-se da capa de Centrão só vale na hora da entrevista ou do tuíte? Aliás, fica aqui o registro de que, na Plataforma Radar do Congresso, os partidos PSL, DEM, Novo e MDB apresentam índices de votação a favor do governo acima dos 80%. Se o disfarce de uma dita oposição não cola, a diferença do candidato de Rodrigo Maia será o jeito de conduzir o dia a dia da Casa. Pelo visto, primeiro vai ter que decidir o que é”. Arthur Lira, líder do PP.

Leia mais: Governo Bolsonaro compra votos para Arthur Lira com cargos e emendas
Bolsonaro declara apoio a Arthur Lira, rival do candidato de Rodrigo Maia

O deputado alagoano também mencionou que os partidos que sustentam sua candidatura (PP, Solidariedade, PSD, Republicanos e Avante) também apoiaram Rodrigo Maia em 2019 e votaram em reformas econômicas apoiadas pelo grupo de Maia e Baleia, como a reforma da Previdência e o teto de gastos.]ra.

“Nos últimos anos, o dia a dia dos deputados lembrava aquele jogo de meninos no playground: a bola só rolava quando o dono deixava. Queremos mudar isso. Meu compromisso sempre foi de tocar a bola com os outros 512 deputados federais, sem birra, sem surpresas. Comigo, todo mundo joga e tem espaço”. Arthur Lira

Eleição

A eleição para as presidências da Câmara e do Senado estão marcadas para o começo de fevereiro. E o presidente Jair Bolsonaro precisa conseguir colocar aliados no comando das duas Casas do Legislativo.

São os presidentes da Câmara e do Senado que pautam (ou não) os projetos de lei, as medidas provisórias e as propostas de emenda à Constituição (PECs) de interesse do Palácio do Planalto.

De olho nisso, o governo, através do O Ministério do Desenvolvimento Regional e da Secretaria de Governo da Presidência, prometem mais de R$ 1,9 bilhão em recursos públicos para obras e equipamentos, a volta do imposto sindical e até a recriação do antigo Ministério do Esporte de olho em votos.

Como candidato do Palácio do Planalto, Arthur Lira conta com uma vantagem significativa sobre Baleia Rossi: o acesso a verbas, cargos comissionados e até ministérios que são manejados pelo Poder Executivo, e que podem ser liberados para deputados em troca de apoio.

Sem acesso à máquina do Executivo, o adversário de Arthur Lira, Baleia Rossi (MDB-SP), precisa trabalhar com a expectativa de poder dentro da própria Casa, como a distribuição de cargos na Mesa Diretora e o compromisso de pautar certos temas caros aos partidos que o apoiam.

No dia 1º de fevereiro, apenas o cargo de presidente da Câmara será eleito pelo voto: os demais cargos da Mesa serão indicados pelos blocos, conforme o tamanho de cada um. Se concretizar o apoio do PT e dos demais partidos de oposição, o bloco de Rossi somará 281 deputados, ante apenas 214 do grupo de Arthur Lira.