19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Atacando PT e Cuba, Bolsonaro e Queiroga anunciam contratações no Médicos Pelo Brasil

Segundo o presidente, os cubanos não sabiam de medicina, mas a população não entendia isso porque era bem tratada pelos profissionais

O governo federal anunciou nesta segunda-feira (18) a chegada dos primeiros profissionais contratados para o programa Médicos pelo Brasil, substituto do programa Mais Médicos, lançado há mais de dois anos.

O anúncio ocorreu durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença do presidente Jair Bolsonaro, de ministros e parlamentares.

Nesta primeira etapa, 529 profissionais foram chamados, entre médicos e tutores. Eles serão distribuídos para 24 estados (veja quadro). Ao todo, até o final de abril, serão convocados cerca de 1,7 mil profissionais.

As demais convocações ocorrerão durante todo o período de vigência do edital, sendo a maioria ao longo de 2022. Os resultados do concurso foram homologados no último dia 5 de abril.

Cuba e PT

Na oportunidade, o presidente e o ministro da Saúde atacaram Cuba e o PT (Partido dos Trabalhadores) pelo programa “Mais Médicos”, criado pelo governo do PT à época da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.

Queiroga exaltou o governo Bolsonaro e disse que o novo programa servirá “de verdade” para a assistência à população. Ao relembrar o “Mais Médicos”, declarou, sem citar nomes, que a antiga iniciativa “importava médicos de uma ditadura da América Latina”.

“Todos nós lembramos o que aconteceu no ano de 2013-2014, o governo que estava de plantão à época trouxe um programa que consistia em importar médicos de uma ditadura aqui da América Latina. E esse programa, esses médicos que vinham para o Brasil, 80% do que eles recebiam era retornado para o país de origem”. Marcelo Queiroga, sem apresentar provas.

Bolsonaro reforçou o discurso de Queiroga e disse que o novo programa não é uma “continuação do programa Mais Médicos da senhora Dilma Rousseff”.

O antigo programa foi criado em 2013 para atender regiões do país com baixa cobertura médica, mas sem necessidade de revalidação do diploma

A participação de profissionais cubanos sem diploma brasileiro, uma tônica do projeto, foi duramente criticada pelo presidente Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018. Citando a época do início do programa, quando era parlamentar, o presidente afirmou que a iniciativa foi pouco discutida pelos colegas.

“Entre outras coisas, 80% do salário ia diretamente para Fidel Castro, o pessoal ficava com aproximadamente 20% aqui no Brasil”. Jair Bolsonaro, sem apresentar provas.

Bolsonaro ainda sugeriu a existência de infiltrados no programa e relembrou que na sua pré-campanha em 2018 prometeu dar asilo aos médicos cubanos que permanecessem no país, no entanto, eles “fugiram” após sua posse.

“Ali tinha cubano, os Vespas Negras, o pessoal das Forças Especiais Cubanas, tinha tudo o que não interessava para a medicina. Eles fugiram do Brasil. A gente via as filas enormes nos aeroportos”. Jair Bolsonaro.

Sem provas, ele ainda apontou que o PT e o apoio da base do governo na ocasião fizeram com que os cubanos ficassem no Brasil “como escravos” em razão do programa, apontando que eles ainda tinham dificuldades de se integrar com a sociedade.

Segundo o presidente, os cubanos não sabiam de medicina, mas a população não entendia isso porque era bem tratada pelos profissionais. Por fim, o mandatário ainda exaltou o fim do programa “Mais Médicos” no país.