12 de dezembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Deputados bolsonaristas lamentam homem-bomba do PL ter “enterrado” anistia

“Se tentou ajudar atrapalhou”, disse deputado do PL em grupo de bolsonaristas após atentado na Praça dos Três Poderes

O grupo de Whatsapp de deputados bolsonaristas sentiu o fado do terrorista homem-bomba da Praça dos Três Poderes, na noite desta quarta (13), ter sido um bolsonarista, que foi candidato a vereador pelo PL em Santa Catarina. E que isso pode ter “enterrado” discussões sobre anistia aos envolvidos em atos antidemocráticos.

Francisco Wanderley foi candidato a vereador em 2020 pelo PL e recebeu pouco menos de 100 votos, sem ter sido eleito. Segundo seu filho, o homem saiu de Santa Catarina há cerca de quatro meses para trabalhar em Brasília. A família não sabia sobre seu paradeiro. Mas sua ex-esposa disse aos Polícias Federais que ele desejava matar Alexandre de Moraes, ministro do STF.

O terrorista antecipou nas redes sociais o ataque a bombas na sede do Supremo Tribunal Federal (STF) com mensagens como essa:

“Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda: William Bonner, José Sarney, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso… Vocês 4 são VELHOS CEBÔSOS nojentos. Cuidado ao abrir gavetas, armário, estantes, depósito de matérias etc. Início 17h48 horas do dia 13/11/2024… O jogo acaba dia 16/11/2024. Boa sorte!!!”

A tramitação do projeto de lei que dá anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro na Câmara dos Deputados foi pauta entre gente como Gustavo Gayer (PL-GO), Capitão Alden (PL-BA) e Eli Borges (PL-TO), segundo o UOL, que teve acesso a algumas mensagens.

Borges mandou um “se tentou ajudar, atrapalhou”. Alden disse “lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia”. Já Gayer parecia querer torcer que não fosse uma pessoa de seu mesmo partido: “Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp”.

Empenhados em fazer com que Jair Bolsonaro (PL) volte a ser elegível na próxima eleição, bolsonaristas fazem uma ginástica mental para desassociar o ex-presidente e seus discursos do que aconteceu após as eleições de 2022: fanáticos acampados em frente aos quartéis de todo o Brasil e destruição em uma tentativa frustrada de Golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023.

Um grande revés aconteceu no fim de outubro, quandono presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou a proposta da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa e anunciou a criação de uma comissão especial para analisar o texto, que ainda não foi oficializada.

Apesar de tudo isso, Jair segue querendo voltar a ser elegível. Segundo o ex-presidente, sua paixão Donald Trump “gostaria que ele fosse elegível, mesmo que não tenha dito isso”.

Independente de um fanático dele ter feito o que fez ou que aliados mais próximos tenham certeza do que decidirá Alexandre de Moraes, ministro do STF sobre os inquéritos que ele está julgando e que terão a explosão recente acrescentada aos inquérito das Fake News e dos atos antidemocráticos.