19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro abandona PEC dos Precatório e deixa bomba com o centrão

Presidente já pede para Guedes para refazer o auxílio emergencial pelo menos até o fim do ano que vem e o ajudar nas eleições

De volta ao Brasil, após a vexatória participação em reunião do G20, o presidente Jair Bolsonaro não deve realizar nenhuma reunião com parlamentares e nem líderes para tratar da votação da PEC dos Precatórios.

O presidente se esquiva de qualquer responsabilidade nas tratativa e já havia deixado qualquer função de articulação da matéria na Câmara com o centrão e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). E isso incuiu o aviso de que o governo ameaça cortes de emendas.

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Lira faz ao longo do dia encontro com parlamentares da base e da oposição e quer garantias de que só levará o projeto para o Plenário se for para aprová-lo. A votação já foi adiada semana passada porque não havia quórum suficiente na visão de Lira e o risco de derrota era alto.

O presidente da Câmara tem mantido contato com os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo), mas o comando das negociações está nas suas mãos.

Auxiliares do presidente dizem que é papel do Congresso “fazer política” e “encontrar uma solução” para explicarem à população a negativa em votar um projeto que teria como objetivo (na argumentação do governo) ajudar os cidadãos mais carentes. Ou seja, Bolsonaro quer deixar a conta também no colo do centrão.

Plano B

Caso essa PEC não seja aprovada, fontes do governo, segundo Carla Araújo, do UOL, dizem ainda que Bolsonaro já teria o seu “plano b”, que é pedir à equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, um plano para refazer o auxílio emergencial pelo menos até o fim do ano que vem, o que o ajudaria durante as eleições.

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Guedes chama ministro astronauta de burro e se pergunta o que ainda faz no governo

A equipe de Guedes tem sido contra uma nova rodada de auxílio, mas a força do ministro da Economia já não é mais a mesma, a ponto de recentemente ele aceitar uma debandada em sua equipe ao autorizar a PEC e o furo no teto de gastos.Uma nova rodada de auxílio emergencial ainda teria que ter o aval do TCU (Tribunal de Contas da União).

A necessidade de um decreto de calamidade pública, discutida dentro do governo como forma de embasar uma nova rodada do auxílio emergencial, deve encontrar resistência na Corte de contas.

Na semana passada, o Tesouro Nacional descartou a possibilidade de o governo abrir créditos extraordinários no Orçamento para bancar uma extensão do auxílio emergencial ou parte do Auxílio Brasil em 2022, caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios não seja aprovada no Congresso.