25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bolsonaro agora diz que AIDS na vacina é culpa da imprensa

Como sempre, nada dos absurdos que fala, faz e diz, o mandatário assume. Coloca a culpa em outros.

Bolsonaro flagrado, mais uma vez na mentira desvairada

Tão logo o Instagram e o Facebook excluírem de suas plataformas a transmissão de Jair Bolsonaro, em que acusa a vacina contra Covid-19 de transmitir AIDS, o presidente se repete no que faz de melhor: mentir.

Ele não admite que mentiu e diz que a culpa é da imprensa. Como sempre, nada dos absurdos que fala, faz e diz, o mandatário assume. Geralmente coloca a culpa em outros.

Bolsonaro justificou que a relação, falsa, foi feita com base em uma notícia da revista Exame ,  jogando a culpa da sua fala na imprensa , uma “fábrica de fake news”, como classificou. Contudo, o presidente não retificou suas declarações.

“Na segunda-feira, a revista Exame fez uma matéria sobre vacina e aids, eu repeti essa matéria na minha ‘live’, dois dias depois a revista Exame falou que eu falei fake news. Foi a própria Exame que falou da relação de HIV e vacina. Eu apenas falei sobre matéria da revista Exame”

A reportagem a que Bolsonaro se refere foi publicada em outubro de 2020 com o título perguntando: “Algumas vacinas contra a COVID-19 podem aumentar o risco de HIV?”. A matéria afirma que pesquisadores estavam preocupados que algumas vacinas que usam um adenovírus específico no combate ao vírus SARS-CoV-2 podem aumentar o risco de que pacientes sejam infectados com HIV. No entanto, o revista diz que, até aquele momento, “não se comprovou que alguma vacina contra a COVID-19 reduza a imunidade a ponto de facilitar a infecção em caso de exposição ao vírus.”

A aids é causada pelo vírus HIV. A Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive, recomenda a vacinação de pessoas com o vírus.

A fala de Bolsonaro foi desmentida por especialistas ao longo do final de semana. “Não existe NENHUMA possibilidade de vacina causar AIDS. ZERO. Qualquer que seja a vacina. É isso que precisa ser divulgado de forma clara e direta”, esclareceu o médico sanitarista Daniel Dourado.