25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bolsonaro apresenta pedido de impeachment só de Alexandre Moraes

Presidente havia prometido ir ao Senado pedir o impeachment de Moraes e Barroso, mas não cumpriu promessa

Ministro Alexandre Moraes e Bolsonaro: colisão no poder

O presidente Jair Bolsonaro não cumpriu a promessa de sair do Planalto e ir ao Senado entregar um pedido de impeachment contra os ministros Alexandre Moraes e Luiz Roberto Barroso. Mas, encaminhou, nesta sexta-feira, 20, uma representação pedindo o impedimento de Moraes.

O documento, assinado pelo presidente, foi recebido pelo chefe de gabinete do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O presidente do Senado, responsável por decidir se abre ou não o processo de afastamento, já sinalizou que o pedido de Bolsonaro deverá ficar parado em sua gaveta.

Na terça-feira, Pacheco disse que o processo de impeachment de ministros do STF “não é recomendável.”

No final de semana, Bolsonaro havia prometido representar também contra o ministro Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  Mas foi convencido por auxiliares a se limitar a Moraes.

O pedido foi protocolado horas depois da operação da  Polícia Federal que  mirou aliados do presente, o  cantor Sérgio Reis e o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ). A busca e apreensão foi pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizada por Moraes.

Alexandre de Moraes é o relator do inquérito das fake news, o que mais gera preocupação no Palácio do Planalto. No início de agosto, o ministro do STF incluiu o presidente Bolsonaro como investigado neste inquérito  em função dos ataques aos ministros da Corte e disseminação de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas.

Ontem, auxiliares do presidente ainda tentavam convencê-lo a desistir da iniciativa, que provocou uma nova crise entre os Poderes, mas ele estava irredutível. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tentou demovê-lo da ideia, mas não obteve sucesso.

O texto foi preparado ao longo da semana com a ajuda de diversos assessores jurídicos do presidente e o advogado-geral da União, Bruno Bianco. O documento, entregue em mãos por um servidor da Presidência, tem apenas a assinatura do presidente Bolsonaro com firma reconhecida.