25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro cogita não ir ao Fórum Econômico de Davos por questão de segurança

Participação do presidente em 2019 foi desastrosa

O presidente Jair Bolsonaro está reavaliando sua ida ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, evento que ocorrerá entre os dias 21 e 24 deste mês.

A viagem passou a ser dúvida em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio depois do ataque das forças armadas dos Estados Unidos, no Iraque, que resultou na morte de um dos militares de alta patente mais importantes do Irã, o general Qassem Soleimani.

“O mundo tem seus problemas, questão de segurança. Pode ser, de acordo com o que acontecer no Oriente Médio até lá, a gente acompanha, geralmente via Gabinete de Segurança Institucional, via Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e até via Polícia Federal, e outras fontes, o que acontece no mundo”. Jair Bolsonaro, presidente.

A viagem para a Índia, no mesmo período, está mantida. Lá acontecem comemorações do Dia da República da Índia, celebrado em 26 de janeiro. Neste meio tempo, o planejamento da viagem prevê saída de Brasília no dia 20 e participação no Fórum Econômico Mundial no dia 22.

Davos 2019

O presidente participou do evento no ano passado, em sua primeira viagem internacional após assumir o cargo. A viagem foi um desastre. Bolsonaro cancelou com apenas 40 minutos de antecedência uma entrevista coletiva que concederia a jornalistas na Suiça, pegando a equipe do Fórum de surpresa

O assessor da Presidência, Tiago Pereira Gonçalves, disse que o cancelamento da entrevista coletiva se deu devido à “abordagem antiprofissional da imprensa”. Por entregar o verdadeiro motivo da fuga de Bolsonaro, Tiago foi demitido.

O local para a primeira conversa do presidente e dos ministros com a imprensa brasileira já estava preparado, mas nem mesmo os ministros Paulo Guedes, Sergio Moro e Ernesto Araújo, mas eles também não apareceram.

Os jornalistas estrangeiros só foram comunicados oficialmente pela organização do Fórum 17 minutos após o horário em que a entrevista começaria. E isso pegou mal.

É incomum que um chefe de Estado ou governo não dê nenhuma entrevista coletiva em Davos, evento visto como uma vitrine mundial para investidores.