O presidente Jair Bolsonaro discurso em plenária na tarde desta terça (22), (11h30 em Alagoas), no palco internacional em Davos, onde ocorre a reunião anual do Fórum Econômico Mundial. Mas a chegada do horário não facilita o fechamento do texto, que ainda é considerado uma incógnita.
Nem mesmo seus principais assessores sabiam o que ele diria e faziam ofensivas para inserir ideias no pronunciamento. O presidente Bolsonaro e seus assessores nem ao menos escreveram um texto-base para o pronunciamento: ele só foi colhendo sugestões de auxiliares do governo e decidirá pessoalmente quais usará.
A equipe econômica, por exemplo, vem defendendo uma exposição mais detalhada da reforma da Previdência, mas o presidente já adiantou que quem deseja ouvir dados específicos de seus planos de reformas e privatizações deve se frustrar.
“É um discurso muito curto, objetivo, claro, tocando nesses pontos que eu falei, foi feito e corrigido, por assim dizer, por vários ministros para que nós déssemos o recado da forma mais ampla possível, do novo Brasil que se apresenta com a nossa chegada ao poder”. Jair Bolsonaro, presidente do Brasil.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, chegou a afirmar que o interesse na reforma da Previdência é doméstico.
“Não vai ser um pronunciamento longo, para evitar ficar monótono. Ele fará um sobrevoo sobre todos os ministérios, traçará um panorama geral durante algo entre 10 e 20 minutos”. Eduardo Bolsonaro, deputado eleito.
Apesar disso, em sua chegada o presidente adiantou que foi ao Fórum Econômico para “mostrar, via nossos ministros em especial, que o Brasil mudou” e que o país está pronto para que “negócios voltem a florescer” e para “restabelecer a confiança do mundo em nós”.
Estavam reservados 45 minutos para o discurso de Bolsonaro, o primeiro dos cinco chefes de Estado ou governo que falarão na plenária principal neste ano, mas a duração, foi reduzida para 30 minutos. No lugar, entrará uma sessão especial com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
Após o pronunciamento, o presidente brasileiro receberá perguntas do criador e chairman do Fórum, Klaus Schwab.
Comitiva em Davos
Bolsonaro ficará no mesmo hotel que o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional. Além deles, a comitiva inclui os ministros Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), além do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, e do chefe da Apex, Mario Vilalva.
O secretário especial de comércio, Marcos Troyjo, chegou antes à cidade, assim como o governador João Doria (PSDB-SP), que aterrissou em voo comercial na manhã desta segunda.
Na Suiça, Bolsonaro pretende apresentar aos investidores nos Alpes, com auxílio de Guedes, sua agenda liberalizante para a economia, tratando de privatizações e reforma da Previdência.
O presidente também deseja certificar as credenciais democráticas do país e tratar de temas como inserção e cooperação regional, Mercosul e crise na Venezuela, a qual será objeto de um painel paralelo à agenda oficial nesta quarta (23), com a participação dos brasileiros.