O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle estão proibidos pelo ministro do STF Alexandre de Moraes de manterem qualquer tipo de comunicação com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, atualmente preso por suspeita de fraude em certificados de vacinação.
Moraes afirma que a medida é necessária para a continuidade das investigações:
“A incomunicabilidade entre os investigados alvos das medidas é absolutamente necessária à conveniência da instrução criminal, pois existem diversos fatos cujos esclarecimentos dependem da finalização das medidas investigativas, notadamente no que diz respeito à análise do material apreendido e realização da oitiva de todos os agentes envolvidos”.
Além do casal, estão proibidos de manter contato com Cid a própria mulher dele, Gabriela Cid, e outros alvos da investigação, como Marcelo Câmara, Max Guilherme, capitão Sérgio Cordeiro (três ex-assessores de Bolsonaro) e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ). Max Guilherme e o capitão Cordeiro estão presos desde maio.
A decisão do ministro foi tomada após análise dos dados armazenados no celular de Cid. Surgiram indícios de “desvio de bens de alto valor patrimonial” entregues a Bolsonaro por autoridades estrangeiras.
O ex-ajudante de ordens levou joias e relógios aos Estados Unidos para tentar revendê-los — um braço da investigação mira se o dinheiro obtido com a venda seria entregue a Bolsonaro.