25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bolsonaro gastou R$ mais de 70 milhões para produzir Cloroquina que ele receitou para Covid

Segundo a Folha, o caso foi denunciado ao Ministério Público Federal

Em suas lives, Bolsonaro fazia a propaganda do medicamento que não tinha eficácia comprovada

Enquanto Jair Bolsonaro (Sem Partido) pregava que não tomaria vacina contra coronavírus, reforçando um discurso negacionista contra o imunizantes, o Ministério da Saúde, sob a tutela do general Eduardo Pazuello, usou recursos públicos emergenciais e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para produzir cloroquina e fosfato de oseltamivir (Tamiflu) para o “kit Covid”, mescla de medicamentos sem comprovação científica para tratamento da doença que é receitada pelo presidente.

Segundo informações de Vinicius Sassine, na edição desta quinta-feira (11) da Folha de S.Paulo, documentos obtidos pela reportagem revelam que entre 29 de junho e 6 de outubro, a Fiocruz usou ao menos parte dos R$ 457,3 milhões liberados para a fundação por meio da Medida Provisória editada por Bolsonaro que abriu crédito extraordinário para combate à Covid-19 para produzir os dois medicamentos.

Segundo a reportagem, os documentos enviados ao MPF apontam gastos de R$ 70,4 milhões, oriundos da MP, com a produção de cloroquina e Tamiflu pela Fiocruz.

A Fiocruz é uma das responsáveis pela importação e produção das vacinas contra a Covid-19 no Brasil, em consórcio com a farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford.