Na tentativa de se livrar da história de corrupção dentro do governo, Jair Bolsonaro, de imediato, tratou de entregar às feras o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro.
E o fez tão logo o ex-ministro foi preso como chefe do esquema criminoso dentro do FNDE, entidade controlada pelo Centrão, com um orçamento superior a R$ 60 bilhões.
O curioso é que Ribeiro no governo sempre dizia que obedecia às ordens do Presidente.
E foi o Presidente quem disse que colocava a mão e a cara no fogo por Ribeiro. Mas, agora Bolsonaro muda a prosa e joga a história na fogueira: –Ele que responda pelos atos dele. -Disse.
Sabe aquela história de que o político mata e pisa até no pescoço da mãe, desde que não apareça como responsável? É exatamente essa a de sua excelência.
E nesse caso o vale tudo é permanente, as mentiras são rotineiras e a desfaçatez uma constante.
Se o Planalto decretou sigilo e 100 anos das conversas de Bolsonaro com os pastores das propinas de ouro do MEC, a culpa é do arquivo que engavetou.
Se morrem mais de 600 mil brasileiros de Covid devido a negligência do governo, ele logo diz que não tem culpa e nem tampouco é coveiro para se importar com isso.
Se a inflação dispara, também aí se diz que a culpa é dos supermercados que aumentaram os preços. Se os gastos do cartão corporativo vão para mais de R$ 1,2 milhão mês, a culpa é dos amigos que o acompanham na farra.
Ah, se as milícias com armas liberadas matam indigenista e jornalista na Amazônia a culpa é das vítimas que foram para lá.
Se Flávio Bolsonaro comprou uma mansão de R$ 6 milhões, sem renda para justificar, a culpa é do Queiroz, o rei das rachadinhas, e nunca do filhão 01.
E se a gasolina já subiu de preço, aí a culpa é dos governadores, do STF, do ICMS, da Petrobrás, que é empresa controlada pelo governo. Enfim, a culpa é até da mãe de calor de fígado.
E se não tiver mais ninguém para responsabilizar bota a culpa na Cega Dedé, lá de Paulo Jacinto.
Afinal, ela tem “calor de figo”.