Com as pesquisas de opinião pública apontando a liderança do ex-presidente Lula (PT), na pré-campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro tem radicalizado no discurso, como fez nesta terça-feira, 17, em Sergipe, ao defender o armamento da população civil e associar a medida com, em suas palavras, a defesa da democracia.
A afirmação foi feita um dia depois de ele mesmo ter voltado a questionar, sem provas, a integridade das urnas eletrônicas e do processo eleitoral brasileiro.
“Nós defendemos o armamento para o cidadão de bem, porque entendemos que a arma de fogo, além de uma segurança pessoal para as famílias ela também é a segurança para a nossa soberania nacional. E a garantia de que a nossa democracia será preservada, não interessam os meios que, porventura, um dia tenhamos que usar. A nossa democracia e a nossa liberdade são inegociáveis”, disse ele para os bolsonaristas que foram lhe receber.
Bolsonaro fez a declaração durante a inauguração da duplicação de 40 km da BR-101 e da conclusão dos acessos à ponte sobre o Rio São Francisco, na divisa entre Sergipe e Alagoas na manhã de hoje. Ele discursou ao lado do ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB), que hoje o tem como “amigo de infância”.
Velha política brasileira
Além de Collor, Bolsonaro chegou acompanhado de vários parlamentares do Centrão, financiados pelo orçamento secreto instituído no governo dele. E o mais curioso de tudo é que, em determinado momento, declarou que o país está “se libertando cada vez mais da velha política brasileira”.
O atual presidente chamou Collor de “grande aliado no Parlamento brasileiro”. No entanto, nas páginas de O Globo, em 2020, Bolsonaro chegou a dizer que Collor “é um grande mentiroso, sem moral”. E concluiu que “não é digno de confiança”.
Collor foi presidente da República e sofreu processo de impeachment em 1992, por envolvimento com a corrupção. Hoje é fiel aliado de Bolsonaro.