29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro questiona papel de Moro nas investigações do filho Flávio

Presidente acha que o ministro está “muito esquisito” e estaria sem controle da PF ou “fazendo corpo mole”

O presidente Jair Bolsonaro, em público, parece até ter lavado as mãos diante milionário caso de corrupção envolvendo seu filho 01, o senador Flávio Bolsonaro, ainda quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, o miliciano Queiroz e vários ex-assessores.

Mas nos bastidores, ainda faz questão de lutar. Ou seguir empurrando o problema para frente, neste caso que foi denunciado há mais de um ano e já levou até mesmo à dissolução temporária do Coaf. E para as pessoas mais próximas, sua frustração com o caso tem um nome próximo: o ministro Sergio Moro.

O presidente, como vem fazendo desde a reportagem do porteiro de seu condomínio no caso Marielle Franco, tem atribuído a “uma armação” do governador Wilson Witzel (PSC), o cerco do Ministério Público do Rio de Janeiro às movimentações suspeitas de recursos de seu filho mais velho.

Entretanto, é o fato de Moro “andar muito esquisito” que chama a atenção do presidente. Na visão de Bolsonaro, ou o ex-juiz perdeu o controle da Polícia Federal, ou está “fazendo corpo mole”.

Irritado com as operações de busca e apreensão que, além do filho, envolvem ainda sua ex-mulher Ana Cristina Siquera Valle, Bolsonaro acredita que Moro deveria saber de antemão, pois como ministro da Justiça ele chefia a Polícia Federal. E cobra do chefe da pasta uma atitude mais firme e que ele atuasse de “maneira mais pró-ativa” para neutralizar a o Ministério Público do Rio.

Ou seja: quer que o Ministro da Justiça siga com o caso Flávio o mesmo mantra que vem falando às pessoas próximas: “Não tivemos nenhum escândalo de corrupção no governo”.

Isso apesar do caso dos Laranjas envolvendo o ministro do Turismo ou mesmo o Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzonni, que após seu caixa 2 eleitoral, bastou pedir desculpas a Moro para ser perdoado.

Vale notar que nas pesquisas mais recentes, Sergio Moro é o ministro mais bem referenciado no governo Bolsonaro, com notas melhores que a do próprio presidente. E nessa tocada, um forte rival para as eleições presidenciais de 2022, que podem ficar mais distantes de Jair caso as provas de corrupção cheguem mais próximos ainda até ele.