As denúncias de compras de vacinas superfaturadas em 1.000% acuaram o governo e o Palácio do Planalto tenta, a todo custo, blindar Jair Bolsonaro nessa história da corrupção explícita.
Mas, não está fácil.
Tanto que após o estouro da boiada, com o envolvimento direto do líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), como um dos agenciadores do negócio escandaloso, ele e o Presidente Bolsonaro já se encontraram 10 vezes.
Repito: 10 vezes após o escândalo explodir. Encontros não oficializados na agenda planaltina.
Foi depois de um desses encontros que Barros disse à imprensa ter se acertado com presidente e que, por isso, não renunciaria à condição de líder do governo de seu Jair.
O fato é que Barros, um dos líderes do Centrão, tem uma trajetória marcada por denúncias de corrupção, desde sua época de prefeito de Maringá, no Paraná.
O Planalto sabe disso, mas nada faz para não perder o apoio do sedento bloco político que hoje, além de Barros, tem como figura de proa o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Eles, portanto, se protegem. Só não podem mais usar o discurso da moralidade pública e que no governo não tem corrupção. Os fatos mostram o contrário.
Não é por outra razão que, descompensado, Bolsonaro está ameaçando acabar com a CPI, insinuando que para isso tem o apoio das Forças Armadas.
Pode até ser. Afinal, o Ministério da Saúde ainda está lotado de militares do Exército nomeados, na ilógica gestão do general Eduardo Pazuello.
O quadro está tão feio que a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-DF) pediu aos aliados muitas orações.
E não vale só Ave Maria…