29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro se reúne hoje com Fachin e Moraes, futuros presidente e vice do TSE

Relação é conturbada, com presidente sendo alvo de decisões judiciais e trocando farpas com ministros

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem reunião marcada hoje (7), às 11h30 desta segunda-feira, com os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e Edson Fachin, no Palácio do Planalto.

Os ministros vão se encontrar Bolsonaro para entregar a ele o convite para a cerimônia de posse do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no dia 28, na qual Fachin e Moraes assumirão a presidência e vice do Tribunal.

A posse ocorrerá neste mês após o término do mandato do ministro Luís Roberto Barroso na Presidência. E assim como com Barroso, a relação de Bolsonaro com o TSE (além do próprio Fachin e Moraes) é conturbada, sendo marcada por ataques públicos do presidente e críticas dos dois lados.

Atritos

No mês passado, Bolsonaro acusou Edson Fachin de ser “trotskista e leninista” por ter votado contra o marco temporal das terras indígenas. Quando Fachin anulou as condenações do ex-presidente Lula (PT), no ano passado, Jair disse que o ministro tem “forte ligação com o PT”.

Já a rixa entre Bolsonaro e os ministros Moraes e Barroso é mais pesada. No ano passado, o presidente xingou Barroso de “filho da p…” e também atacou Moraes, durante ato do 7 de Setembro na avenida Paulista, em São Paulo, chamando-o de “canalha”. Jair afirmava que não obedeceria às decisões do ministro.

O presidente é investigado por ter divulgado em suas redes sociais, em agosto, documentos sobre uma tentativa de invasão aos sistemas do TSE. O objetivo do presidente, à época, era questionar a segurança das urnas eletrônicas.

Barroso, então presidente do TSE, criticou abertamente o presidente por ter vazado o documento — nas palavras dele, “faltam adjetivos” para descrever a atitude de Bolsonaro.

O presidente deveria ter comparecido nesta semana para prestar depoimento à Polícia Federal sobre esse caso, por ordem de Alexandre de Moraes, mas não foi. Os dois travam uma batalha judicial sobre esse depoimento desde então.

Telegram

O presidente de seu grupo político precisam ainda debater sobre como o aplicativo Telegram será enquadrado no Brasil. O app ignora pedidos de autoridades brasileiras para adotar medidas de combate à desinformação e, curiosamente, é utilizado por Bolsonaro e seus filhos para divulgar informações. Para o presidente, o “cerco” ao Telegram é “covardia”.