19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Saúde

Campanha destaca importância do aleitamento materno para mãe e filho

OMS alerta que o aleitamento materno previne mãe e filho de uma série de doenças

Por Carol Amorim

Campanha do aleitamento materno durante o mês de agosto

Durante o mês de agosto é realizada a campanha Agosto Dourado, de incentivo e informação sobre a importância do aleitamento materno – que previne mãe e filho de diversas doenças. Segundo estudo encomendado pelo Ministério da Saúde, o aleitamento materno está cada vez mais disseminado no Brasil. Porém, ainda precisa alcançar índices relevantes para a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O estudo encomendado pelo Ministério da Saúde, divulgado em 2020, foi denominado de Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani). Ele apontou que, das 14.505 crianças menores de cinco anos avaliadas entre fevereiro de 2019 e março de 2020, mais da metade (53%) continuou sendo amamentada no primeiro ano de vida. As menores de seis meses que foram amamentadas exclusivamente chegaram a 45,7% e as menores de quatro meses, a 60% das crianças avaliadas. O estudo ainda informa que, no Brasil, quase todas as crianças foram amamentadas alguma vez (96,2) e que dois a cada três bebês são amamentados ainda na primeira hora de vida (62,4%).

Quando comparado com outras pesquisas, realizadas em 2006 e 1986, houve aumento significativo na prevalência do aleitamento materno no Brasil. Da pesquisa mais recente comparada com o levantamento de 2006, houve aumento de 15 vezes na prevalência de aleitamento materno exclusivo em crianças de até quatro meses e de 8,6 vezes em crianças menores de seis meses. Já em comparação com a pesquisa realizada em 1986, houve aumento de quase 13 vezes no índice de amamentação exclusiva em crianças menores de quatro meses e de quase 16 vezes entre crianças menores de seis meses.

Segundo a pediatra e docente do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL) Dayse  Paraíso, o leite materno possui nutrientes que previnem diversas doenças no bebê e o ato de amamentar também previne a mãe de doenças como câncer de mama e de útero. A amamentação ainda ajuda no retorno do útero para o tamanho normal após a gestação, previne gravidez até o retorno da menstruação, além disso, aumenta o vínculo entre mãe e filho e possibilita economia financeira à família.

“O leite materno é um alimento completo, contém vitaminas, minerais, lactose, gordura, carboidratos, cálcio, ferro, zinco, flúor, vitamina D e Vitamina K, além dos fatores de proteção como as imunoglobulinas, que são proteínas que fazem a proteção para várias doenças. Entre as doenças que são evitadas pelo aleitamento estão as infecções, principalmente diarréias, otites, além da pneumonia, alergias e no futuro, obesidade e hipertensão”, informa a médica.

Ela conta que não há uma idade-limite para que a criança pare de ser amamentada, mas que a OMS e o Ministério da Saúde recomendam que a amamentação exclusiva deve acontecer até os seis meses de vida e que o leite materno deve ser complemento da alimentação até os dois anos de idade da criança.

Ainda sobre os riscos da falta de aleitamento materno, a médica conta que essa privação pode resultar em quadros de desnutrição ou obesidade, caso não ocorra uma orientação adequada aos pais e ou responsáveis. E que caso a mãe não possa amamentar, é necessária a orientação de um especialista para introduzir na alimentação da criança fórmulas infantis adequadas a cada idade.

“As campanhas, como o Agosto Dourado, são de extrema importância pois alertam e ajudam as mães a entender a importância de amamentar”, reforça.

Apesar dos avanços na prevalência do aleitamento materno no Brasil, a OMS ainda recomenda que até 2030 a amamentação exclusiva na primeira hora de vida atinja 70% dos recém-nascidos.Também é recomendado pela OMS que 70% dos bebês com até seis meses sejam amamentados exclusivamente com leite materno, que o alimento seja dado a 80% dos bebês no primeiro ano de vida e a 60% até os dois anos.

Para uma orientação contínua aos pais e responsáveis, o Ministério da Saúde disponibiliza o Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de dois anos, que também indica a importância do leite materno para o desenvolvimento infantil.