15 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Candidato da extrema-direita vence primárias na Argentina

Milei admira Trump, não acredita em mudanças climáticas, defende venda de órgãos e armas e quer abolir Banco Central da Argentina

Javier Milei, candidato populista de extrema-direita, foi o mais votado nas eleições primárias desse domingo (13). Estas primárias escolhem os candidatos presidenciais às eleições gerais de outubro na Argentina.

O resultado é um golpe à coligação de centro-esquerda e reflete o descontentamento generalizado na Argentina, que se debate com uma inflação anual superior a 100%, o aumento da pobreza e uma moeda em rápida desvalorização. O país está afundando em problemas econômicos.

Com cerca de 92% das urnas apuradas, Milei obteve cerca de 30% dos votos totais, de acordo com os resultados oficiais, quebrando as expectativas de pesquisas de intenção de voto.

Candidatos da principal coligação da oposição, Juntos pela Mudança, obtiveram 28% e a atual coligação governamental, União pela Pátria, conseguiu 27%.

Extrema-direita

Milei, pra variar, é um admirador do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, diz que o Banco Central da Argentina deve ser abolido, acha que a mudança climática é uma mentira, caracteriza a educação sexual como manobra para destruir a família, acredita que a venda de órgãos humanos deve ser legal e quer tornar mais fácil a posse de armas de fogo.

Vencedor nas primárias, Milei prometeu pôr “fim à casta política parasita, corrupta e inútil” do país.

“Hoje demos o primeiro passo para a reconstrução da Argentina. Uma Argentina diferente é impossível com as mesmas pessoas de sempre”.

A crise econômica deixou muitos argentinos desiludidos com os principais partidos políticos e abriu as portas para Milei, que atraiu apoio ao apelar à substituição do peso pelo dólar norte-americano.