27 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Candidatos criticam Bolsonaro por usar 7 de Setembro para fazer campanha

Lula, Ciro, Tebet e Soraya também questionam momentos do presidente, como o discurso do “imbrochável”

Os principais candidatos nas eleições para presidência da República criticaram o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), por usar a celebração do 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, para fazer comício e campanha eleitoral.

Líder nas pesquisas e opositor a Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou o Twitter para dizer que, quando era chefe do Executivo, nunca usou o 7 de Setembro para fazer campanha eleitoral.

A declaração ocorreu em vídeo, publicado na noite de hoje, após os discursos do presidente em Brasília e no Rio, inclusive, com ataques diretos a Lula.

“Quando presidente da República, eu tive a oportunidade de participar de dois [feriados de] 7 de setembro, um em 2006 e o outro em 2010, em época eleitoral. Em nenhum momento, a gente utilizou um dia da Pátria, um dia do povo brasileiro, o dia maior do nosso país por conta da independência, como instrumento de política eleitoral”.

O ex-presidente também afirmou que o concorrente deveria explicar como ele e familiares negociaram 107 imóveis desde 1990, dos quais ao menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro em espécie.

Simone Tebet (MDB) também criticou a postura do presidente, que puxou um coro de “imbrochável” e comparou a esposa, Michelle Bolsonaro, a outras primeiras-damas. A senadora disse que se sente “envergonhada e desrespeitada” e que o chefe do Executivo mostrou sua “masculinidade tóxica e infantil”.

“Vergonhoso e patético! No dia da Independência do Brasil, o Presidente mostra todo seu desprezo pelas mulheres e sua masculinidade tóxica e infantil. Como brasileira e mulher, me sinto envergonhada e desrespeitada”.

O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, foi mais um que acusou Bolsonaro de utilizar as celebrações de 7 de Setembro para fazer “comício eleitoral”.

O chefe do Executivo iniciou o dia com presença em desfile em Brasília, partiu para o Rio de Janeiro para discursar e há expectativa que uma mensagem dele por vídeo seja exibida em São Paulo.

O presidenciável do PL evitou atacar o STF (Supremo Tribunal Federal), apesar de vaias dos apoiadores. Ao citar o Supremo, Bolsonaro não emendou em críticas aos ministros e limitou-se a dizer que “todos sabem” o papel da Corte atualmente.

No evento em Brasília hoje de manhã, Bolsonaro fez discurso eleitoreiro e puxou um coro de “imbrochável” após citar a esposa, Michelle, e compará-la a outras primeiras-damas. O presidente também a chamou de “princesa”.

A candidata à Presidência da República Soraya Thronicke (União Brasil) também criticou o discurso do “imbrochável” em Brasília pelo 7 de Setembro e a comparação de Michelle Bolsonaro com as outras primeiras-damas.

A senadora disse que essa informação “não interessa” ao povo brasileiro e que realmente importa é ter “um presidente incorruptível”.

“Divorciado do respeito à data, em pleno 7 de Setembro, o presidente insiste em propagar que é imbrochável – informação que, sinceramente, não interessa ao povo brasileiro”.