
Esta semana, durante várias viagens pela cidade em veículos de transporte alternativo contratados via aplicativos – tipo Uber, 99 e o novo iBolt – a diversidade de histórias dos motoristas acabou inspirando este post.
Uma delas foi do engenheiro civil recém-formado Ericson Leobino, 35 anos, que há um ano se divide entre a atividade de motorista de aplicativo e a de engenheiro, aproveitando inclusive, entre uma viagem e outra, para fazer marketing pessoal.
“Aqui é também meu escritório. Dia desses, conversando com um passageiro, fechei um contrato para reforma da casa dele”, conta, entusiasmado com as oportunidades e o dinheiro extra que a nova atividade proporciona.
O contador Alexandro Eduardo, de 42 anos, também entrou nesse negócio e diz que não se arrepende da decisão de abandonar a profissão anterior para ganhar dinheiro dirigindo. A meta dele é ganhar R$ 180,00, por dia. Por isso, trabalhada direto, das 8 às 17 horas.
E o medo de assalto? Foi a pergunta dirigida a todos. A resposta mais interessante veio da Line Lins, de 52 anos. “A vida toda trabalhei com vendas porta a porta, quer mais risco que isso?”.
Enfim, embora haja inúmeras notícias envolvendo assaltos e sequestros de motoristas de aplicativos, ao que parece, isso não tem sido empecilho para homens e mulheres que encontraram nessa atividade uma forma de driblar o desemprego ou mesmo de faturar um extra.

Só para se ter uma ideia , em Maceió, existem vários grupos de WhasApp integrado por mulheres motoristas de aplicativos. O Uber Girl, por exemplo, é integrado por mais de 70 mulheres que, a exemplo de Line, não se intimidaram com a violência urbana e tampouco, com os riscos financeiros da atividade.
Uma delas é Cátia Santos, de 48 anos, paulista, que mora há 12 anos em Maceió. Ela conta que trabalhava com hotelaria, quando, há uma no e quatro meses, decidiu migrar para a atividade de motorista de aplicativo. “Financiei um carro e entrei nesse negócio, aproveitando o fato de gostar de dirigir, de adorar interagir com pessoas e de ser prestativa com as pessoas”, justifica Cátia, que enviou para o Blog uma foto das integrantes do Uber Girl.
“A gente se tornou uma família. Nesse e em outros grupos do gênero. Conversamos sobre tudo, mas o assunto mais discutido é nosso trabalho. A gente tem o cuidado uma com a outra no aspecto de segurança e também na questão da manutenção do carro”, conta Cátia. Segundo ela, de um modo geral, homens e mulheres que estão nesse negócio buscam essa interação, até por uma questão de segurança.
Em tempo de desemprego e de flexibilização das relações de trabalho, a opção por esse tipo de trabalho é uma alternativa para driblar toda essa crise.