25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Centrão é contra, mas Bolsonaro insiste em CPI da Petrobras

Congresso já começa a recolher assinaturas e Lira cobra do governo medidas provisórias para agilizar mudanças

O presidente Jair Bolsonaro (PL) insiste na instalação de uma CPI para investigar a Petrobras e os aumentos no combustível adotados pela estatal.

Ele afirmou a apoiadores nesta segunda-feira (20) que é favorável a apurar a conduta de dirigentes da empresa petrolífera – apesar de ser exatamente o responsável por indicá-los ao cargo.

“Eu estou acertando uma CPI na Petrobras. ‘Ah, você que indicou o presidente’. Sim, mas quero CPI, ué, por que não? Investiga o cara, pô. Se não der em nada, tudo bem. Mas os preços da Petrobras são um abuso”. Jair Bolsonaro, presidente.

Pouco antes, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), havia afirmado que o líder do PL, partido do mandatário, está recolhendo assinatura para tentar abrir uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a Petrobras.

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Lira e o presidente Jair Bolsonaro (PL) vêm travando uma guerra contra a Petrobras, desde o fim da semana passada quando o conselho da estatal rejeitou pedido do governo para segurar reajustes sobre o diesel e a gasolina.

Bolsonaro chegou a afirmar na semana passada que estava articulando a instalação da comissão para investigar os diretores da estatal. O presidente da Petrobras renunciou na manhã desta segunda, após o governo de Jair Bolsonaro (PL) intensificar no fim de semana a pressão sobre o executivo.

Centrão

Por enquanto, uma ala do centrão quer barrar a investigação por causa do risco de desgaste para o Palácio do Planalto. Como argumento, eles dizem que, após a renúncia, é melhor a Câmara focar em propostas que aliviarão os preços.

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São vários os argumentos: uma CPI teria pouco efeito prático sobre a principal necessidade do Planalto, que é conter o avanço do preço do diesel e da gasolina nas bombas; poderia ainda virar palanque para a oposição e se estender pelo período eleitoral —amplificando qualquer desgaste político.

A investigação, num caso como esse, é política, lembram deputados e líderes partidários. Por isso, a oposição poderá usar a comissão para atacar o presidente e a atuação dele diante do aumento nos preços dos combustíveis.