29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Com dificuldades para respirar, Trump tenta dar tom de normalidade que não existe após receber alta

Com 74 anos e obeso, presidente dos EUA está no grupo de risco covid-19 e insiste em menosprezar a pandemia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou o Centro Médico Nacional Militar Walter Reed, em Maryland, após receber alta hospitalar.

Diagnosticado com covid-19, ele agora segue com o tratamento na Casa Branca. E foi lá que, de forma midiática, posou para fotos e tentou mostrar que estava tudo bem, como disse em seu Twitter: o republicano pediu que os americanos não temam o novo coronavírus.

O problema é que, claramente, nos minutos que ficou diante das câmera, Trump, obeso e com 74 anos, claramente sofria sinais da doença, que apenas nos EUA já deixou mais de 210 mil mortos nos Estados Unidos.

Ao chegar à sede do governo, Trump subiu a escada e tirou a máscara para bater continência na direção do helicóptero e fazer pose. Mas entre um respiro e outro, precisou fazer força para encher os pulmões. Confira:

Seu caso não foi simples. A Casa Branca chegou a anunciar que ele teve 24 horas difíceis. Por causa disso, Trump recebeu um tratamento que nenhum outro paciente com coronavírus teve nos EUA.

Usou medicamentos que ainda estão sendo testados em pesquisas, tomou um coquetel de anticorpos, droga experimental dada normalmente a quem está em situação grave e precisou de um balão de oxigênio, pois se sentiu mal a ponto de ser transferido para o hospital de helicóptero.

No hospital, Trump foi tratado com o Remdesivir, um antiviral que tem se revelado útil a pacientes com complicações mais sérias de covid-19. Por último, ele recebeu dexametasona, um corticoide para pacientes com pulmões em estado grave. Curiosamente, não tomou cloroquina.

E agora, fora do hospital e de volta à Casa Branca, ele está pronto para continuar contaminando outras pessoas. Recentemente, foi anunciado que Kayleigh McEnany, a secretária de imprensa de Trump, está com covid-19. Ela é mais uma das nove pessoas do círculo presidencial com covid-19, como a primeira-dama Melania. E o número só tende a crescer.

Eleições

Seu adversário nas eleições de 3 de novembro, Joe Biden, ficou irritado com o tweet do presidente, menosprezando o impacto do coronavóris. “Que diga isso às 205.000 famílias que perderam alguém”, disse o democrata.

“Espero que o presidente, depois de ter passado pelo que passou – e me alegro que ele pareça estar bastante bem – comunique a lição correta ao povo americano: as máscaras importam, salvam vidas, previnem a propagação da doença. Espero que ninguém fique pensando que isso não é um problema, é um problema sério”. Joe Biden, candidato democrata.