20 de março de 2025Informação, independência e credibilidade
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Comitê de Credores vai fiscalizar administração das empresas de Collor

Turma da 3ª Câmara do Tribunal de Justiça dá 15 dias para juiz convocar assembleia em que integrantes serão escolhidos

Fachada da Gazeta
Foto: Foursquare

Os trabalhadores vítimas da recuperação judicial das Gazetas conquistaram uma importante vitória nesta quarta-feira (12). Por unanimidade de votos, a 3ª Câmara do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) determinou a criação de um conselho de credores que vai fiscalizar a gestão das empresas de Collor.

Os desembargadores Orlando Rocha (substituto de Alcides Gusmão, que se declarou suspeito)  e Elizabeth Carvalho (que assumiu por causa das férias de Fernando Tourinho) acompanharam o relator Paulo Zacarias e atenderam ao pedido dos credores por unanimidade. O juiz Erick Oliveira, da 10ª Vara Cível de Maceió, tem 15 dias para convocar uma assembleia visando à eleição dos membros da Comissão.

“Os desembargadores entenderam que o comitê é um direito dos credores e já era para ter sido formado. Essa assembleia irá eleger os credores que, a partir de agora, vão fiscalizar a administração da empresa”, explica o jornalista e advogado Marcos Rolemberg.

Ele representa um grupo de cerca de 30 ex-funcionários da Organização Arnon de Mello que não aceitaram o resultado da assembleia de credores – ainda sem homologação – que previu o pagamento de dez salários mínimos, em um ano, a cada trabalhador independentemente do valor que teria a receber. Na época, seriam pagos R$ 12,5 mil a cada um.

Ao blog, Rolemberg resumiu como os desembargadores votaram em relação aos pedidos feitos em nome dos trabalhadores, além da criação do Comitê:

Sobre o pedido de anulação da assembleia ou apenas dos votos do advogado Felipe Nobre, representante das Gazetas na trágica assembleia de credores:

“Eles entenderam que não tínhamos legitimidade para questionar a legalidade das procurações dadas ao Felipe Nobre, porque nenhum dos credores que assinou o agravo foi representado por ele”.

Sobre a anulação das mediações, que resultaram na acumulação de 120 procurações para Felipe Nobre votar contra os interesses da classe trabalhistas na assembleia:

“Entenderam não ter nenhuma irregularidade. Porque disseram que os direitos são disponíveis e podem ser negociados pelas partes livremente”.

Neste caso, os trabalhadores vão recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

Sobre as cláusulas nulas apontadas no plano aprovado em assembleia:

“Eles disseram que não poderiam julgar esse pedido porque o juiz no primeiro grau ainda não homologou o plano de recuperação judicial. Então, eles decidiram intimar o juiz da 10° Vara Cível para, no prazo de 30 dias úteis, homologar ou não homologar o plano”.