Sem palavras certas, só com sinfonias na cabeça e um sentimento de esperança renovado, escrevo esta postagem de Natal. É que dormi sob os acordes de uma sinfonia dos anjos. Fui uma das centenas de pessoas que lotaram o Teatro Deodoro, ontem à noite, para prestigiar o concerto natalino da Orquestra Sinfônica e do Coro da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Jesus, o maior libertário e militante de direitos humanos que a humanidade já conheceu, certamente, deve ter amado todo aquele espetáculo em sua homenagem. Foi o que imaginei ao acordar hoje pela manhã e pular da cama para escrever este texto, ainda sob o efeito de toda aquela produção da Ufal.
Sim, a Universidade é um local de produção do que é bom para a humanidade. E não poderia ter sido outro o discurso da reitora da Ufal, professora Valéria Correia. “Liberdade de cátedra e de expressão, a Universidade é arte, cultura, é transformação e resistência neste momento em que o mundo comemora os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, afirmou, na saudação ao público.
De fato, as universidades brasileiras (sobretudo as públicas) são verdadeiras manjedouras da esperança. Lugar de ensino, de pesquisa, de extensão e, agora, mais que nunca, de resistência ao arbítrio, de acolhimento à diversidade e à pluralidade de opiniões.
Parabéns à Ufal, aos maestros Almir Medeiros e Moisés Evilásio da Silva, aos músicos, integrantes do Corufal e toda a produção do Concerto pela concepção de um espetáculo que também acertou por incluir Luiz Gonzaga em meio ao repertório clássico, e o hino de Natal do alagoano Eliezer Setton (um espetáculo à parte). Foi tudo gratuito, vale destacar.
Ontem também aconteceu a apresentação do Coral do Lar São Domingos e da Orquestra de Pequenos Músicos de Jaraguá, na Praça Marcílio Dias. Foi mesmo uma noite para desintoxicação do meio ambiente espiritual.
O tratamento prossegue. Tem mais emoção: o Coretfal, Orquestra Filarmônica de Alagoas e Coro Dictus vão se apresentar hoje (21), no parque do Horto, às 20 horas; manhã (22), às 18 horas, na Praça Multieventos; e, no domingo, às 18 horas, no Papódromo, sob a regência de Luiz Martins e direção musical de Fáima Menezes.
Enfim, a poucos dias de 2019, é preciso mesmo elevar o espírito, pensar fora da caixa. E nada melhor que os concertos natalinos para consertar os desajustes da intolerância e restaurar a esperança. Feliz Natal!