Condenada a 10 anos de prisão por contratar o hacker Walter Delgatti, ordenar que invadisse o sistema dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserisse documentos falsos, a deputada federal bolsonarista, Carla Zambelli (PL-SP) disse que não sobreviverá na cadeia.
Nesta quinta-feira, 15, ela pediu apoio de colegas parlamentares para derrubar a ação penal, com a justificativa de que não sobreviveria ao cumprimento da pena na prisão.
Um dia antes, em entrevista ao UOL, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também declarou que não sobreviverá na cadeia e que acorda todos os dias temendo a Polícia Federal em sua porta, com o mandado: “Teje preso”!
Ele é réu como chefe da Organização Criminosa que tentou o golpe de Estado no País, após perder as eleições em 2022.
Como Bolsonaro e Zambelli, que já declararam que não sobreviverão nos ambientes das prisões, outros bolsonaristas também fizeram o mesmo.
O ex-ministro da Justiça e delegado da Polícia Federal, Anderson Torres, após passar um período nas grandes entrou com pedido para cumprir pena em domicílio, alegando depressão e outras doenças que sofria.
Assim também foi com o militar Jorge Naime, coronel do Distrito Federal. Preso por envolvimento na trama golpista passou a exigir prisão domiciliar. Disse à justiça que seu quadro de saúde, em especial o diabetes, estava evoluindo.
Sem falar em Roberto Jefferson e ainda o deputado cassado, recentemente, Chiquinho Brazão, preso como mandante do assassinato da vereadora do Psol, Marielle Franco. Jefferson, após mais um ano preso, foi liberado para atendimento médico em hospital. Brazão quer prisão domiciliar com o mesmo argumento dos demais: é um homem doente.
Mas, o caso mais emblemático e atendido pela justiça foi o do ex-presidente Fernando Collor, que ganhou a prisão domiciliar em sua cobertura chic, à beira mar de Maceió.
Até parece um roteiro de filme sobre bolsonaristas envolvidos com o crime que for. Eles não aceitam o julgamento da justiça e alegam que não podem ir para prisão por ser um ambiente insalubre. Preferem o recesso do lar.
Mas, de preferência mesmo, querem ficar livres em ambientes monumentais, chiques e com direito a fazer lives para redes sociais, alimentando fake news e se declarando anjos e santos. Bandidos e corruptos só os outros.
Isso já virou um filme antigo: A covardia tem nome.