Indicada na última leva de nomes do primeiro escalão do governo Lula, a ministra Daniela Carneiro (Turismo) virou um problema depois que foi revelado o vínculo do grupo político dela com milicianos.
Ela era a promessa de aproximação com eleitorado evangélico, uma escolha feita após o empenho da deputada e de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), em sua campanha no segundo turno.
Carneiro ganhou projeção ao se tornar a deputada mais votada na eleição do ano passado, com 213,7 mil votos. Daniela superou o general Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, em pouco mais de 8.000 votos.
A nomeação também foi uma forma de contemplar a União Brasil e ampliar a presença feminina na montagem dos ministérios. Entretanto, após entrar em crise com o partido e pedir a desfiliação, Daniela perdeu a sustentação política que a mantinha no Turismo.
O vínculo com milicianos foi a gota d’água. Em nota, a ex-ministra disse que o apoio político não significava compactuar com eventuais crimes cometidos por aliados.
“A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, durante sua campanha, em 2018, recebeu apoio em diversos municípios. Ela ressalta que o apoio político não significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato ilícito. Daniela Carneiro salienta que compete à Justiça julgar quem comete possíveis crimes”
Nesta quinta-feira (6), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou que ela deixará o cargo e que a União Brasil indicou o deputado Celso Sabino (PA) para o posto.