A Polícia Civil do Paraná apresentou nesta sexta-feira a conclusão do inquérito da morte de Marcelo Arruda em uma festa de aniversário em Foz do Iguaçu no último sábado.
A comemoração tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula. Segundo a delegada chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Cecconello, “não há provas de que foi um crime de ódio pelo fato de a vítima ser petista”.
O atirador Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe. Ele foi ferido durante a discussão com Arruda, que também estava armado, e está internado em estado grave.
Segundo a Polícia, Guaranho, o agente penitenciário bolsonarista, foi até o aniversário do tesoureiro com o objetivo de fazer provocação. Mas como testemunhas disseram que Arruda, o aniversariante petista contra o carro do policial penal, esse deixou o local com a esposa e um bebê após discussão e voltou armado.
Ao retornar sozinho, Guaranho atirou primeiro. Arruda, que era guarda municipal, sacou sua arma e também disparou. Apesar disso tudo, a delegada diz que “é complicado dizer que homicídio ocorreu porque o autor queria impedir direitos políticos da vítima”.
Ela disse ainda ter se baseado no depoimento da própria esposa do atirador bolsonarista para apurar o que motivou o seu retorno ao local do crime. “Ele teria dito [à esposa]: ‘isso não vai ficar assim, nós fomos humilhados. Eu vou retornar'”.
O advogado Ian Vargas, um dos representantes legais da família da vítima, discorda do indiciamento e disse que irá buscar esse posicionamento durante o processo na Justiça.
“A defesa da vítima reafirma que a motivação do crime foi intolerância política. Agora aguardaremos a posição do Ministério Público”.