A prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, nesta segunda-feira, 3, voltou a causar apreensão dentro do Palácio do Planalto, que teme o efeito em cadeia da medida judicial.
A preocupação do presidente Michel Temer passa pelos ministros Eliseu Padilha, que ocupa o Gabinete da Casa Civil, e Moreira Franco, o Secretário-Geral da Presidência da República, dois símbolos da corrupção no governo que vivem debaixo das asas de Temer, que são investigados na Operação Lava Jato.

Para aliados do governo, agora a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode tentar acelerar as apurações contra os dois peemedebistas, a partir da prisão de Geddel na Operação Cui Bono, um amigo pessoal de Temer há mais de 30 anos, reacendeendo a preocupação com a crise política, uma vez que a semana havia começado em um clima mais “tranquilo”, com a libertação de Rocha Loures e a volta de Aécio Neves.
Silêncio – Oficialmente, o Planalto silenciou sobre a prisão de Geddel, mas quer evitar a todo custo que a prisão contamine as negociações na Câmara.
Embora aliados tentem minimizar o impacto da prisão, sob a alegação de que não tem relação com o caso JBS, foi com base nos depoimentos de Joesley e também do operador Lúcio Funaro que a prisão preventiva foi decretada. Em entrevista a Época, o empresário afirmou que Geddel era o “mensageiro” de Temer para tratar de interesses do Grupo J&F e o responsável por averiguar se Funaro e o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ambos presos na Lava Jato, não fariam delação.