No Brasil da ex-‘nova política’, sem nunca ter sido, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP) botou o dedo na cara do general Eduardo Pazuello e disse que iria tirá-lo da cadeira de ministro.
A história gravada em vídeo – e divulgada pelo O Globo – foi narrada pelo também deputado federal Luiz Miranda (DEM-DF). Lira desmente e diz que Miranda vai ter que se explicar na Comissão de Ética. Até então, a demonstração de força do presidente da casa é pública e notória.
Mas, o certo é que Pazuello voou do ministério e ainda está envolvido em um emaranhado de casos de corrupção, que remetem ao mangue que é o Ministério da Saúde, terreno dos poderosos da República.
O fato é que o video gravado e vazado é bombástico. Nele, Pazuello teria dito:
– O Arthur Lira colocou o dedo na minha cara e disse: ‘Eu vou te tirar dessa cadeira’, porque eu não quis liberar a grana pra listinha que ele me deu dos municípios que ele queria que recebesse. Ele bota o dedo na minha cara.
Depois disso Pazuello caiu e pelo andar da carruagem o deputado Luiz Miranda, que denunciou o escândalo da Covaxin dentro do governo, vai ter o mesmo fim. Ou seja, sentirá na pele o peso da mão do presidente da Câmara, hoje o primeiro ministro do País, mesmo sem parlamentarismo como regime de governo.
Com os fatos levados a público, o general, que já arranjou uma nova boquinha dentro do Planalto, deu meia volta e tratou de desmentir.
Afinal, peru calado ganha um cruzado. Muito melhor que dedo na cara.
É assim: onde a República não floresce, a republiqueta finca raízes.