O deputado estadual Frederico d’Avila (PSL-SP), que atacou a Igreja Católica, o Papa Francisco e o arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, em discurso na tribuna da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) pediu “desculpas pelo excesso cometido”.
O também deputado estadual Raul Marcelo de Souza (Psol), no entanto, pediu no mesmo dia a instauração de sindicância contra d’Avila por quebra de decoro parlamentar em razão das ofensas proferidas pelo parlamentar.
Depois da repercussão do sermão de Brandes na missa para celebrar o dia de Nossa Senhora Aparecida, o deputado chamou o bispo de “vagabundo” e “safado” e estendeu as ofensas ao papa Francisco. Ele ainda disse que a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) era um “câncer que precisa ser extirpado”.
Em carta aberta divulgada ontem, Frederico d’Avila afirmou que o ataque aconteceu “inflamado por problemas havidos nos dias anteriores”. Entretanto, no mesmo texto ele voltou a criticar na carta aberta o arcebispo de Aparecida por seu discurso durante missa no Santuário de Nossa Senhora Aparecida.
Na ocasião, Dom Orlando Brandes disse que para ser pátria amada, o Brasil “não pode ser pátria armada”. A fala ocorreu antes da visita de Jair Bolsonaro, defensor do armamento, à Basílica.
“No mesmo dia tomei conhecimento do discurso desnecessário do arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, referente à política contra o armamento das pessoas de bem. (…) Meu pronunciamento, que admito ter sido inapropriado e exagerado pelo calor do momento, se deu em resposta a alguns líderes religiosos que ultrapassam os limites da propagação da fé e da espiritualidade para fazer proselitismo político. Reitero que desculpo-me pelas palavras e exagero”. Frederico d’Avila.
CNBB
Em carta aberta à Assembleia Legislativa de São Paulo e aos cidadãos brasileiros divulgada nesse sábado (16), A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) saiu em defesa do papa Francisco, do arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes e do Episcopado Brasileiro, alvos de ataques do deputado estadual bolsonarista.
Na carta, a CNBB diz que o político ‘agiu com ódio descontrolado e desferiu ataques ao Santo Padre o Papa Francisco, à própria CNBB e ao arcebispo de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes’.
Assembleia de Alagoas
O deputado estadual Dudu Ronalsa (PSDB) também repudiou, na Assembleia de Alagoas, a declaração do deputado estadual por São Paulo:
“Isso não é atitude de um parlamentar. É uma falta de respeito o que ele disse, independente da sua posição política. Exigimos respeito com a Igreja e com os líderes que ajudam a levar a palavra de Deus e os valores cristãos a milhares de pessoas no Brasil e no mundo. Ele já se desculpou, mas mesmo assim quero fazer este registro aqui no Plenário”. Dudu Ronalsa.