A bancada do DEM, com 29 deputados, está dividida na disputa pela sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Casa. Embora Maia seja o principal articulador da campanha de Baleia Rossi (MDB-SP), parte dos deputados do partido do presidente da Casa está com Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Aliados do líder do PP afirmam que até 20 deputados do DEM podem votar nele. A votação é secreta, o que facilita “traições”.
Defensores de Baleia Rossi no DEM, no entanto, afirmam que as dissidências na bancada devem chegar a oito, incluindo os ministros Onyx Lorenzoni (Cidadania) e Tereza Cristina (Agricultura), que voltarão à Câmara apenas para votar.
O presidente nacional do DEM, ACM Neto, entrou em campo para tentar reverter os votos pró-Arthur Lira. O ex-prefeito de Salvador estava até então mais focado na disputa do Senado, onde o DEM concorre com Rodrigo Pacheco (MG).
Um dos votos que ACM Neto dá como perdido é o do seu conterrâneo Elmar Nascimento (DEM-BA), que é ligado ao governo federal e tem indicação na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf).
Bolsonaro demite
O governo, que quer Lira na presidência da Câmara, começou a demitir pessoas indicadas por deputados que vão votar no emedebista estabelecendo o rito do jogo bruto na disputa.
Ao demitir apadrinhados de deputados que sempre deram apoio ao governo, no plenário e fora dele, Jair Bolsonaro joga ao mar um pedaço da base. Na conta de chegada para tentar eleger Lira no primeiro turno, o presidente corre o risco de perder números para votações de emendas constitucionais e outros processos legislativos que exigem um quórum qualificado, como impeachment.