As justificativas de parlamentares que votaram contra cobrar impostos dos milionários, em muitos casos, são estapafúrdias. Uma parlamentar rica, da Paraíba, chegou a declarar que “as pessoas parecem que têm inveja de quem é rico no Brasil”.
A falácia parlamentar é recheada de intolerância aos pobres, que pagam impostos, a cada pão e ovo que se compra na mercearia.
Taxar os milionários em um País, onde a desigualdade social é extremada, seria fazer justiça social. Mas, em verdade, eles financiam a compra de votos da maioria a cada eleição. O compromisso de quem se elege, então, é com quem tem o poderio econômico.
Ademais, graças as estripulias e falcatruas, grande parte do parlamento é formada por gente milionária. Criadores de gado, donos de lojas, construtoras e empresas diversas. Gente que ganha dinheiro e investe em offshore, para não pagar imposto no Brasil.
E querem mais: As eleições municipais deste ano mostraram bem como funciona a drenagem das emendas Pix do orçamento secreto criado exatamente pelos atores do parlamento brasileiro.
O certo é que os senhores parlamentares fizeram a opção de tributar os pobres. É fundamental dizer que os 38 países mais ricos da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) tributam o dobro do que o Brasil tributa em renda e patrimônio, segundo o relatório da matéria rejeitada pela maioria da Câmara.
Enfim, as grandes fortunas a partir de R$ 10 milhões, como forma de ampliar a justiça fiscal no Brasil, vão continuar livres de impostos.
Em tempo: a alíquota sugerida no texto era de 0,5% para fortunas entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões; 1% para bens entre R$ 40 milhões e R$ 80 milhões; e 1,5% para patrimônios acima de R$ 80 milhões.
Os parlamentares, inclusive a maioria de Alagoas, consideraram que seria penalizar o “coitado” dono jatinho, do iate ou o proprietário da mansão em terrenos da União.
Quantos aos pobres? É como se dissessem: Eles que se explodam. Ou coisa parecida…