25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Descuido: Muita gente ainda não entendeu que o vírus está solto no ar

O cuidado com as medidas preventivas parece estar relaxando, mesmo diante da constatação do avanço da doença

De repente, alguém que você conhece; um colega de trabalho; um vizinho; um parente… Até o governador do Estado já entrou nas estatísticas dos casos confirmados de coronavírus. Os números não param de crescer e os casos se aproximam cada vez mais de cada um de nós. As evidências não poderiam ser mais claras: estamos subindo vertiginosamente o pico de contaminação pelo Covid-19. Mas, ainda assim, muitas pessoas parecem não entender que os números de proliferação da doença se multiplicam; que vivemos o momento de risco maior; que o vírus está solto no ar.

Certo que, por determinadas circunstâncias – algumas justificáveis, outras não – o número de pessoas nas ruas tem aumentado. As regras do isolamento social afrouxaram, não só por conta dos decretos governamentais, que aos poucos vão liberando algumas atividades econômicas, mas também por conta de comportamentos irresponsáveis de quem faz da quarentena uma festa, vendendo a ilusão de que tudo está voltando à normalidade (o que não é verdade).

Hoje eu vi um vídeo postado em um grupo de jornalistas – e nas redes sociais – onde o autor aparece enaltecendo o trabalho do prefeito de Dois Riachos em alguma áreas, entre elas o “combate ao coronavírus”. Não conheço a realidade administrativa do município, localizado no sertão alagoano, e nem o prefeito Ramon Camilo. Mas essa referência pareceu piada. O vídeo foi feito no meio de uma farra, com um grande aglomerado de umas 30 pessoas, e o locutor aparece abraçado a um grupo de amigos, favorecendo o corpo a corpo do Covid-19 – todos sem camisa e sem máscaras, entre eles… o referido prefeito.

Dá para acreditar no sucesso desse ‘trabalho’ de combate ao coronavírus?

De uma maneira geral, são várias situações que se contrapõem às recomendações de prevenção, mesmo para quem não pode ficar em casa. A reabertura de alguns setores aumentou o volume de gente nas ruas, por necessidade de quem trabalha – ou não.

Sem máscaras, as pessoas descem do ônibus e caminham pelas ruas

No sábado passado, recebi informações da enorme quantidade de pessoas aglomeradas numa loja de tecidos, no cento da cidade, liberada para funcionar, devido à necessidade de matéria prima para a confecção de máscaras. Mas de acordo com minha fonte, que passava pelo local a caminho do trabalho, o que menos se via nas mãos das pessoas que entravam e saíam da loja, ávidas por comprar, eram tecidos e aviamentos.

Nesse mesmo dia, recebi um registro fotográfico de outro flagrante de descuido em relação às regras de segurança contra o coronavírus. Um ônibus que faz a linha Benedito Bentes, cheio de passageiros, quebrou no percurso, na Av. Gustavo Paiva. E as pessoas, ao invés de exigirem e aguardarem que a empresa mandasse outro veículo para atendê-los, se empilharem no primeiro ônibus que passou, igualmente lotado, e seguiram viagem rumo ao Centro.

Mas não foi só isso que me chamou a atenção, nesse caso, em relação ao relaxamento diante dos riscos de contaminação. Basta olhar a fotografia e verificar a quantidade de pessoas sem máscaras (item obrigatório para se proteger do vírus), que desceram do ônibus e seguiram tranquilamente seu caminho, coladas umas às outras.

Falta de informação não é. Pra mim, é mesmo falta de compromisso consigo e com os outros.

Só Jesus na causa. E que Ele nos acuda!