29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Detafolha: Quase 70% de entrevistados veem piora na economia

Pesquisa Datafolha revela ainda que 39% estão pessimistas com economia nos próximos meses

Paulo Guedes e Jair Bolsonaro. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Para 69% dos brasileiros, a situação econômica do país piorou nos últimos meses, segundo pesquisa Datafolha realizada de 13 a 15 de setembro.

O número está próximo dos maiores patamares já registrados nos levantamentos em que esse questionamento foi feito. Em 2015, no governo Dilma Rousseff (PT), chegou a 82%. Em junho de 2018, no governo Michel Temer (MDB), a 72%.

No governo Jair Bolsonaro (sem partido), a pergunta apareceu nas pesquisas de 2019, quando o resultado ficou em torno de 35%, e agora, em setembro de 2021. A questão não constou dos levantamentos realizados em 2020, após o início da pandemia.

A pesquisa foi feita presencialmente, com 3.667 brasileiros em 190 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para baixo ou para cima.

Mesmo entre apoiadores do governo, prevalesce a opinião negativa. Para 31%, a economia melhorou, para 36%, piorou. Para 32%, ficou como estava. O ambiente econômico se deteriorou nos últimos meses: crise hídrica, desemprego elevado, uma economia estagnada no último trimestre e aumento da inflação e dos juros são alguns exemplos.

Segundo o Datafolha, a situação econômica do país piorou para 74% das mulheres e 62% dos homens; para cerca de 70% das pessoas de 16 a 44 anos e de 65% dos entrevistados acima dessa faixa etária; 62% dos evangélicos e 71% dos católicos.

Projeção

O Datafolha também perguntou se, nos próximos meses, a situação econômica do país vai melhorar, piorar ou ficar como está. Para 39%, vai piorar, percentual que era de 35% na pesquisa anterior, de julho de 2021, e havia alcançado o recorde de 65% no levantamento de março deste ano, quando a crise sanitária se agravou e não havia pagamento de auxílio emergencial.

Nos levantamentos de 2020, após o início da pandemia, 41% tinham expectativa negativa. No início do governo, em 2019, eram 18%. O índice de quem acha que a economia do país vai melhorar também oscilou na margem de erro, de 30% em julho para 28% em setembro deste ano. Em março, 11% estavam otimistas. No início do governo, eram 50%.