A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, de forma sorrateira e na calada da noite, aprovou na última sexta-feira, 29, a PEC que privatiza praias brasileiras. O texto agora vai ser encaminhado ao plenário.
A CCJ é formada na atual composição do Senado e da Câmara, em sua maioria, por deputados de direita e bolsonaristas.
Hoje, um dos maiores defensores da PEC – que entrega nas mãos da especulação imobiliária os terrenos de Marinha – é o senador Flávio Bolsonaro (PL). Ele, inclusive, briga na justiça com o jogador de futebol Richarlison para ficar com a mansão do atleta, em uma ilha do litoral do Rio de Janeiro. Não é por outra razão que o filho 01 de Bolsonaro é o relator do texto.
A PEC das praias é uma bandeira dos especuladores que pretendem dominar o litoral brasileiro, proibindo o acesso do cidadão comum ao patrimônio público natural.
O litoral norte alagoano, aliás, está se tornando em um desses ambientes de difícil acesso para “os pobres mortais”. Há informações de que o milionário Neymar e seu pai estão em amplas tratativas de negócios na região de Maragogi, com a intenção de construir condomínios e privatizar o acesso às praias.
Além de barrar o acesso a praia, essas construções vão destruir o ecossistema no litoral do País, bem como o direito do nativo se divertir e cuidar de áreas de manguezais, de onde muitos tiram o sustento de suas famílias.
A privatização das praias é uma ação bestial de uma elite que, cada vez mais, avança para dominar as instituições do País e assim fazer o que mais sabe e gosta, que é descriminar as pessoas pelo status e a cor.
Enfim, privatizar as praias é, além de tudo, desumano.