24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Djavan diz que a injustiça dói e que sempre votou no Lula e vai votar de novo

Em entrevista à Maria Fortuna, ela lembrou na música a turma da Bahia, de Pernambuco, do Ceará e cobrou a de Alagoas, mas ele saiu pela tangente

Djavan lança novo disco em março de 2023, em Maceió

Aos 73 anos, o alagoano Djavan surge, mais uma vez em alto estilo, lançando Mundo de Paz, segundo ele, “tentando quebrar o obscurantismo  e a falta de esperança”.

O novo disco tem estreia de turnê marcada para março de 2023, em Maceió. Depois será lançado em 8 cidades dos Estados Unidos, conforme revela reportagem especial de Maria Fortuna, no jornal O Globo (RJ).

Djavan se abre na entrevista falando de um disco “luminoso e feliz”, como se a obra surgisse na construção de um mundo novo, pós pandemia.

Ele diz que sua obra fala de política, “mas com outros argumentos”,  e que, pessoalmente, não se deixou contaminar “por todas essas questões que envolvem o Brasil de hoje”. Assim, diz que o disco vem combater o obscurantismo com beleza.

Segundo ele, os tempos estão sombrios, mas não é para permanecer assim ad infinitum. Daí sua proposta no disco falando da paz.

-É preciso beleza, coerência, generosidade, responsabilidade. A gente perdeu tudo isso. O Brasil está num estágio difícil, e com essa consciência a gente vai ter que brigar, lutar, trabalhar para que voltemos à vida normal.

Na entrevista, Djavan se mostra chateado quando lhe associaram como seguidor de Jair Bolsonaro. Ele disse que se sentiu injustiçado, aviltado. Disse que distorceram quando afirmou que confiava no futuro do Brasil “e não no governo do Brasil”.

E pontuou: “A injustiça dói. Sempre votei no Lula e vou votar. Sempre me posicionei nas músicas”.

Na conversa com a jornalista ele fala da vida em Alagoas, das influências musicais que recebeu, incluindo Luiz Gonzaga, Tom Jobim, Vila Lobos e Dorival Caymmi, além de Milton Nascimento, com quem faz um dueto inédito no novo disco.

Fala inclusive sobre o acesso que teve, quando menino, à discoteca do médico alagoano Ismar Gatto, onde pode conheccer a música “da África, música flamenca, francesa, jazz, música brasileira em todos os níveis”.

Na entrevista, onde ele diz estar muito bem de saúde, mas que tem tendência à reclusão, Djavan, praticamente só fugiu de uma pergunta. Maria Fortuna lhe perguntou:

-Você sempre foi um pouco à margem. Tinha a turma da Bahia, de Pernambuco e até do Ceará. Mas não de Alagoas. Há quase 20 anos, você faz música, letra e arranjos das suas músicas. Montou uma gravadora própria. Não se sente um pouco sozinho?

E aí o artista alagoano tergiversou: – A vida me ensinou a ser solitário. Deus me ajudou pelo prazer que me disponibilizou em fazer todas essas coisas. Não é um sofrimento. Tenho uma música muito pessoal e já sofri muito com isso. 

 

One Comment

  • Concordo q Alagoas é difícil, não cobro isso dele, pois imagino como foi rechaçado antes da fama, por ser pobre e negro… Qto a ligarem seu nome ao bozo, problema dele, q deu confiança ao miliciano no início de seu desgoverno. Aguente as consequências, mano. Mas tô feliz por sua declaração de voto no Lula!

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