As motociatas realizadas por Jair Bolsonaro, quando presidente da República, foram custeadas pelo cartão corporativo, segundo a delação premiada do tenente-coronel, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo.
Cid detalhou que a operação incluía a compra de motos para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), transporte para os eventos, e hospedagem e alimentação da equipe de segurança. Ele afirmou que esses custos, assim como os de todas as aparições públicas de Bolsonaro, incluindo deslocamentos pelo país, eram pagos com o cartão corporativo do GSI.
A revelação, com o sigilo levantado pelo ministro Alexandre de Moraes, reforça suspeitas de desvio de recursos públicos para financiar eventos políticos, o que pode configurar improbidade administrativa. Segundo Mauro Cid, as motociatas elevaram os gastos com o cartão corporativo.
“A partir do momento que o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu andar de moto, o GSI teve de comprar motos similares para poder acompanhá-lo. Em algumas ocasiões, foi necessário embarcar as motos para que chegassem ao local do evento”, declarou Cid.
Organização criminosa
Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas foram denunciadas pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, nessa terça-feira (18), por tentativa de golpe de Estado e de assassinatos do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice, Geraldo Ackmin e do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Os denunciados terão agora 15 dias para apresentar defesa. Caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) avaliar se aceita ou não a denúncia.